Largo de São Bento, Centro de São Paulo. Por ali, passam diariamente milhares de pessoas, mas há tempos não se esperava por um visitante tão ilustre: o Papa Bento XVI, que ficará hospedado no Mosteiro de São Bento.
As pessoas que trabalham na região serão "vizinhas" do pontífice durante os três dias em que ele ficará hospedado no mosteiro. E, apesar do bloqueio policial, sonham em encontrá-lo.
Uma vendedora ambulante pode ser considerada a mais nova vizinha do Largo de São Bento: a mulher tenta vender uma garrafinha de água cujo rótulo tem a imagem de Bento XVI. A água não é benta, mas a intenção é que seja abençoada. "A gente está vendendo pra ser benzida no dia 11 (sexta-feira), junto com o papa", disse ela. Neste dia, o pontífice realiza no Campo de Marte a missa campal para a canonização de Frei Galvão.
Assim como a vendedora, outros vizinhos do mosteiro esperam a chegada do famoso visitante. Entre eles, a dona de uma banca de jornais, um chaveiro, e até o vendedor de uma lanchonete, que deseja vender salgadinhos para Bento XVI. No balcão, torresmo, frango assado, bolinho de carne, esfiha e pão de queijo. "Tudo quentinho e fresco", disse ele.
Geraldo Esmeraldo, que há 53 anos trabalha como engraxate bem em frente ao mosteiro, também sonha em servir o pontífice. "Seria uma honra se eu pudesse estar aqui, até engraxar o sapato dele, não?"
Os trabalhadores de um prédio comercial também querem ver o Papa. E têm o privilégio de seguir os passos de Bento XVI da janela do escritório, que fica 17 andares mais alto que a fachada do mosteiro e tem vista para os jardins da nova "casa" do Papa.
Os funcionários afirmam que terão um expediente normal, mesmo sabendo que o ilustre hóspede está bem perto. "A gente tem o privilégio de vê-lo caminhando lá dentro também, né?", perguntou uma funcionária. A colega de trabalho dela pretende não só ver mas também guardar uma imagem do Papa. "A gente se desloca até lá (à janela) e prepara uma câmera para tentar tirar algumas fotos."
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