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O presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do PSDB, Hermas Brandão (PSDB), está irredutível no projeto político de disputar o Senado. Para conseguir a indicação do partido para a vaga está trabalhando para derrotar o senador Alvaro Dias na convenção do próximo ano. Em entrevista exclusiva, o deputado garante que vai manter a decisão de não concorrer à reeleição e voltou a cogitar a possibilidade de união do PSDB com o PMDB no Paraná se os dois partidos fizerem uma aliança nacional para eleger o presidente da República.

O senhor está mesmo disposto a disputar a convenção no partido para concorrer ao Senado?Sou pré-candidato e vou disputar a convenção. Participei diretamente da formação dos diretórios municipais e estou visitando delegados no interior, conversando e estruturando minha campanha. É lógico que nessa primeira fase estou me preparando para a disputa interna no partido. Posteriormente vamos colocar nosso nome a disposição do eleitorado. Estou contratando uma equipe para cuidar da imagem da campanha e já me reuni com 3 grupos que considero os melhores profissionais e amigos.

O senador Alvaro Dias está tendo projeção nacional na frente da CPMI dos Correios. Não vai ser uma disputa difícil?Não vou citar nomes, pode ser até que tenham mais pré-candidatos que tentem a indicação ao Senado. Isso se houver disputa. Vou disputar a convenção para o Senado com qualquer um que se apresentar. Aquele que tiver mais apoio no partido ganhará e aceitarei tranquilamente. Sou muito democrata.

Se o resultado não for favorável, o senhor vai disputar a reeleição?Disputar mais um mandato como deputado está totalmente descartado. Já sou presidente da Assembléia há 6 anos e acho que já cumpri minha obrigação. Quero um novo desafio, que é o Senado. Não quero mais exercer cargo no Legislativo, so no Executivo. E acho que tenho perfil para isso porque nenhum deputado apresentou tantos projetos como eu na área de desenvolvimento social, econômico, saúde e cultura. Me sinto preparado para esse novo desafio.

A sua declaração sobre a possibilidade de o PSDB apoiar a reeleição do governador Roberto Requião se houver uma composição nacional entre os dois partidos para a sucessão presidencial do próximo ano provocou forte reação no partido e muita polêmica. O senhor está defendendo o apoio ao PMDB?Poucos entenderam o que eu disse. Fiz uma avaliação do que pode acontecer no Paraná se a verticalização for mantida e o PSDB e o PMDB se coligarem no plano nacional. Precisamos definir em nível nacional as alianças para saber como o PSDB vai se posicionar aqui. Temos que saber se a verticalização será mantida ou não, quem são os partidos que vão apoiar nosso candidato a presidente da República e aí sim vamos costurar aqui em baixo. Não fiz uma manifestação de apoio a ninguém, mas uma análise do que pode acontecer.

Causou surpresa essa repercussão dentro do PSDB e até em outros partidos aliados?Eu não entendi como reação contrária. Cada um tem a sua posição no PSDB. Eu coloquei a minha, mas todos seguirão o caminho que o partido decidir. Não é a posição do Hermas, do Beto Richa, do Rossoni, que é presidente, mas a definição de todos juntos.

Então a alternativa de uma aliança com o PMDB ainda está sendo cogitada?As alternativas não são nada diferentes daquelas que já mencionei: pode haver uma aliança com o PMDB, o apoio ao candidato a governador do PDT e também não foge da possibilidade de termos candidato próprio a governador. Temos nomes para isso como o Alvaro Dias, o Gustavo Fruet, o Beto Richa e o Euclides Scalco. Até o prefeito Beto Richa seria uma reserva do partido?Não ouvi nada do Beto sobre isso, mas estou falando dos nomes de peso que o partido tem.

Seguindo o seu raciocíonio, a queda ou não da verticalização é que deve determinar as alianças no Paraná. Na sua avaliação a medida cai? Não dá para analisar o quadro atual. A política e muito veloz. A certeza que tenho é que precisamos eleger o presidente da República e para isso temos que armar uma grande aliança.

Seria fácil colocar no mesmo palanque o governador Roberto Requião e o PSDB, que é presidido no Paraná justamente pelo líder da oposição ao governo na Assembléia, Valdir Rossoni?A decisão de cima supera todas as divergências em baixo porque estamos preocupados com a presidência da República. O resto tem que se adaptar. Inclusive, acho que presidente do partido tem que conversar com todos os possíveis aliados, sem levar em consideração quem seja. É preciso diálogo para sondar quais podem somar forças.

A hipótese de aliança com o PMDB gerou especulações sobre uma ligação muito próxima sua com o governador Roberto Requião, que inclusive teria interesse numa aliança com o PSDB e simpatia pela sua candidatura ao Senado. Existe algum tipo de acordo político?Há um respeito entre o Executivo e o Legislativo, essa é a única ligação que nós temos, assim como temos com o Poder Judiciário. É uma relação de respeito mútuo entre os três poderes.

Uma aliança em torno do pré-candidato a governador, Osmar Dias (PDT) seria a melhor alternativa para o PSDB?Eu não gostaria de falar de outros partidos, cada um tem que se preocupar com suas candidaturas.

No PSDB a situação ainda está indefinida. O que o senhor considera como certo no quadro da sucessão estadual?As candidaturas do Requião e do Rubens Bueno ao governo. O resto ainda está sem definição. Se eles vão enfrentar o Osmar ou o Alvaro ainda não sabemos, mas não sairão os dois candidatos.

A crise política envolvendo o Congresso Nacional vai ter reflexos diretos também na eleição nas Assembléias Legislativas?Se não tiver punição rápida dos parlamentares vai aumentar o índice de votos brancos e nulos na próxima eleição. O Congresso está demorando muito para tomar posições e julgar os envolvidos. Precisa tomar medidas mais rápidas, há um desconforto do eleitor. Muitos se frustaram porque votaram no PT imaginando grandes mudanças e isso não aconteceu.

E como reverter isso? Qual a estratégia dos candidatos para conseguir se eleger?O eleitor vai votar muito no amigo sem levar em conta a questão partidária. Será o voto amigo. Nunca mais o PT fará uma votação monstruosa só em voto de legenda nem qualquer outros partido. Terá vantagem aquele que tem contato direto com o eleitor e já formou um ciclo de amizades.

Na eleição passada, a renovação da Assembléia chegou a 40%. Qual a previsão para 2006?Acho que vai chegar no máximo a 30%. Os atuais deputados estão mais envolvidos com a população. Além disso, estão surgindo pouquíssimas lideranças e muitos com potencial eleitoral que poderiam disputar a eleição não se filiaram a partido nenhum e estão distantes do processo.

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