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O ministro da Defesa, Waldir Pires, rebateu o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), aprovado por unanimidade nesta terça-feira, que atribui, em parte, a crise no controle de tráfego aéreo do país ao contingenciamento de recursos para o setor. Waldir Pires disse que a Aeronáutica deve cuidar melhor dos equipamentos dos centros de controle de vôo, refletindo sua avaliação de que não existe falta de dinheiro para o setor, e sim, ausência do que chamou de gestão de manutenção.

- Evidente o que se constatou: não foi por falta de recursos, porque existem inclusive recursos em caixa para isso, nem é para pedir mais dinheiro ao governo, não precisa de MP (medida provisória) para isso. Estamos com recursos para todos os problemas que estamos enfrentando e estamos tomando todas as medidas necessárias. Por antecipação, disse ao ministro Augusto Nardes que o problema não é por contingenciamento. A essência do problema, estamos dizendo à Aeronáutica, é que precisamos ter acompanhamento de manutenção adequado à plena tranqüilidade de toda a operação. A Aeronáutica está providenciando - disse.

Mais cedo, o ministro demonstrara irritação ao comentar uma declaração do mesmo Nardes, que na véspera relatara uma conversa entre os dois, na qual Pires teria dito que seria preciso rezar para que a crise aérea terminasse.

- Isso é falta de ética, falta de ética na relação institucional - afirmou o ministro, em referência ao relato feito por Nardes à imprensa.

Segundo o ministro da Defesa, durante o encontro ele relatou tudo o que está sendo feito pelo governo para enfrentar a crise e acrescentou que "se Deus nos ajudar, tudo bem, aí sim, muito melhor".

- Eu sou um homem cristão. Essa posição é da minha formação - disse Pires, que em seguida completou:

- Quando trabalhei na Controladoria Geral da União sempre tive com o Tribunal de Contas a melhor das relações e acho que as relações devem ser sérias - reagiu, irritado.

Após a entrevista, o ministro divulgou uma nota contestando as declarações de Nardes, negando que tenha entregado "aos céus" a solução para o problema.

Brigadeiro diz a senadores que não haverá apagão no fim do ano

O comandante da Aeronáutica, Luiz Carlos Bueno, afirmou nesta terça-feira a senadores que não haverá nova crise no setor aéreo neste fim de ano. Segundo o senador Sibá Machado (PT-AC), o comandante da Aeronáutica disse que poderá haver aquartelamento de controladores de vôo se houver indícios de paralisação dos profissionais neste período de final de ano. O senador compõe a comissão do Senado que acompanha a crise do sistema aéreo.

Crise começou em outubro

A partir do fim de outubro, controladores aéreos em todo o país passaram a trabalhar em regime de operação padrão em protesto por melhores condições de trabalho após o choque entre um Boeing da Gol e um jato Legacy da americana ExcelAire, que deixou 154 mortos, na maior tragédia da aviação comercial brasileira.

Na semana passada, os problemas do setor ficaram mais evidentes quando dezenas de vôos foram cancelados e outras centenas sofreram atrasos em todo o país depois de uma falha em aparelho de comunicação do centro de controle aéreo Cindacta 1, baseado em Brasília. Nesta terça, o presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, afirmou que a situação aérea só se tornará ideal em março do ano que vem.

Alencar, ex-ministro da Defesa, defende Pires

O vice-presidente José Alencar saiu em defesa de Waldir Pires. Ele, que já ocupou o cargo de ministro da Defesa, disse que não quer voltar para a função e afirmou que a escolha de ministros é uma questão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

- O Ministério da Defesa está muito bem entregue. O ministro Waldir Pires é um dos melhores brasileiros que possuímos, é um homem de bem e está fazendo todo esforço para resolver o problema - disse.

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