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Como nossos alunos falarão de nós, professores, daqui 15 anos? Como falarão hoje, em seus ambientes de trabalho?
Como nossos alunos falarão de nós, professores, daqui 15 anos? Como falarão hoje, em seus ambientes de trabalho?| Foto:
Como nossos alunos falarão de nós, professores, daqui 15 anos? Como falarão hoje, em seus ambientes de trabalho?

Como nossos alunos falarão de nós, professores, daqui 15 anos? Como falarão hoje, em seus ambientes de trabalho?

A nova geração tem dificuldade com normas, mas elas são necessárias. As empresas e mesmo os professores têm se intimidado para aplicá-las. Quase como se não fosse possível, ou pior, que não tivesse que existir.

Pois minha experiência de anos em Pós-Graduação e em ambientes de trabalho onde as equipes eram bem mais jovem que eu, tem me mostrado que o que eles precisam é compreender os porquês daquelas normas. A nova geração é muito mais questionadora. Isso não quer dizer que a minha ou as outras não fossem, mas hoje se eles têm duvidas, perguntam na tampa, na hora, muitas vezes, inclusive, em momentos inadequados.

A geração Y e agora a Z está criando uma nova forma de trabalhar e em alguns setores isso está sendo muito positivo.

Os muito jovens são rápidos em diversas plataformas tecnológicas e muitas vezes não têm paciência para ensinar. Isso é percebido no ambiente familiar, educacional e logo no trabalho – já que neste ano muitos dos Y começam a trabalhar.

“A César o que é de Cesar”, poderíamos aqui citar. De quem é o papel para esses ajustes todos? Antes, é óbvio, da família, que deve ensinar limites e valores aos filhos. Mas a escola, nesta situação carrega uma enorme responsabilidade. Primeiro porque muitas famílias não se conversam e não conseguem exercer seu papel de líder, de respeito, de autoridade (no bom sentido). Segundo, porque as escolas estão assumindo alguns desses papeis justamente pelo vácuo deixados pelos pais, por omissão ou por desconhecimento de suas responsabilidades.

Aqui não questiono – e quem sou eu pra questionar – o que é certo ou errado. Aqui procuro trazer a reflexão do papel da escola e consequentemente, quais os resquícios que irão respingar positiva ou negativamente no ambiente de trabalho. E novamente, não vou entrar no mérito da escola como um espaço comercial, falarei de conteúdo e método.

Bem, se vou falar de conteúdo e método, tenho que falar da pessoa chave neste processo: o professor.

Só uma reflexão pra ficar no canto do cérebro, como gosto de brincar. Se as instituições de ensino cada vez contratam mais quem tem títulos como mestrado e doutorado para melhorar suas notas no MEC e consequentemente, sua aceitação no mercado (venda de cursos), o professor não pode descuidar do que ensina, se o conteúdo tem relação com a realidade e atualização sobre aquele assunto e mais, que forma ele está ensinando.

Sou totalmente a favor de títulos, eu mesma sempre estou a procura de atualizações e titularização, em breve falarei mais sobre isso. Mas o que percebemos, agora sob o ponto de vista dos alunos, é que muitos educadores com doutorado, pós-doutorado, por exemplo, não conseguem sensibiizar seus alunos com o que precisariam aprender. Isto é, não conseguem ensinar.

Voltando para a sala de aula. Pra ser professor antes de tudo precisa de amor pelo ato de ensinar e em seguida, conhecimento sobre sua responsabilidade social. Alguns alunos têm muito mais contato com os professores do que com os próprios pais e com isso, o educador passa a ser modelo também de vida.

Oras, como desenvolver competências para o professor dominar uma sala de aula que fica atenta em média menos do que 10 minutos? E a tecnologia? Como trazer para mais perto de si o aluno que não desgruda da mão o celular? O aluno que questiona o tempo todo o que o professor ensina e tira a prova na hora, pesquisando no Google, por exemplo?

O professor precisa aproveitar toda oportunidade para aprender. Seja assistindo a um filme, participando de um jantar em família, fazendo cursos formais, outros alternativos, mas deve aprender a aprender, como vem exigindo de seus alunos em sala de aula.

Somos (eu também sou professora), somos responsáveis pela melhoria do ambiente de ensino. Se você ensina determinada matéria há 20 anos e ainda usa os mesmos exemplos e técnicas, você pode estar se distanciando do aluno (pra não confirmar que está se distanciando…).

“Oras, chego no final deste artigo pra ler isto? Eu leciono matemática, nada mudou até aqui”, pode estar pensando. Nananinanão. Mudou sim. Seus alunos possuem outras necessidades para conseguir aprender. A nova geração precisa compreender os porquês e você pode, mesmo na matemática, na química e em outras matérias racionais, trazer para eles compreenderem onde se utilizou ou se utiliza aquele pensamento racional no dia a dia. A nova geração antes dos 30 e após os 30 anos de idade, precisa compreender o que aquilo pode interessar a ele. Onde irá praticar.

A forma como minha professora de história ensinava, era fantástica. Fazíamos nós mesmos, nossos teatros e apresentações. Meu querido e saudoso professor Leopoldo Scherner, cantava em sala de aula conosco, nos sensibilizava na construção dos textos – e tive a sorte de tê-lo como professor também no período acadêmico. Mas também, meu professor de matemática era uma anta. Não só desqualificava o aluno que tivesse dificuldades, como não tinha paciência se fizéssemos algumas perguntas que para ele eram óbvias…não existe pergunta óbvia se há dúvidas. Sou rápida no cálculo, mas tenho preconceito até hoje, na hora de ler pesquisas.

Se os jovens encontram essas dificuldades em ambiente escolar, onde deve ser de acolhimento e de alegria, imagina quando for para o ambiente de trabalho. Se for líder, então, vai achar que quanto mais carrancuda a cara, mais sábio é o ser carrancudo… Assim como, quanto mais palhaço e malandro, mais bem sucedido a criatura… Triste ilusão sobre relacionamentos, assertividade, ética, comunicação, convívio social e felicidade no ambiente de trabalho!

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