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Depois de 23 anos comandando ocupações, Ednalva Franco virou professora. Não foi na vida real, foi apenas na divulgação feita pela assessoria de imprensa da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo nos idos de 2013.

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A personagem hoje é assessora de uma deputada da bancada, Márcia Lia – ganhou o emprego 2 anos depois do episódio controvertido. Estampa agora as manchetes e as redes sociais depois que Leandro Narloch revelou, na Folha de São Paulo, que cobrava aluguel e ameaçava de despejo moradores das invasões que comandava:

“Quem está aberto em abril, eu aconselho vir urgente acertar. Quem não vier, à noite estarei na porta. Nem se for 2h da manhã eu vou bater para cobrar.” “Senhores porteiros da rua Marconi: a Conceição, do 4º andar, o prazo dela acaba no domingo. A partir de segunda ela não entra mais no prédio, só se for para retirar as coisas.”

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Em outubro de 2013 o Brasil conheceu Ednalva Franco: ao volante de um carro de R$ 100 mil, ela afirmou ao programa Profissão Repórter que há 23 anos comandava ocupações. No entanto, dois meses antes, era descrita como professora que participava de uma manifestação pela instalação da CPI de investigação de corrupção no governo do PSDB. É professora de formação mas, como informou à polícia no registro que fez no dia seguinte, sua profissão é líder do MMPT, o que não seria tão agradável para a narrativa.

A grande polêmica é que o governo de São Paulo havia acabado de proibir o uso de balas de borracha pela Polícia Militar e, num episódio que jamais teve desfecho, cujas testemunhas são apenas outra integrante do movimento e o deputado Zico Prado, Ednalva Franco afirmou que foi alvejada no joelho durante o tumulto.

O local onde isso ocorreu é uma das entradas do Palácio 9 de Julho. Naquela noite de 16 de agosto de 2013 estavam ali, além dos policiais e alguns líderes da manifestação organizada pela CMP-SP, Central de Movimentos Populares, deputados e diversos servidores públicos. Havia muito barulho, gritaria e ninguém realmente testemunhou o que ocorreu até que houvesse um rápido socorro pela equipe médica da casa legislativa.

Depois do primeiro atendimento, feito no 3o andar, onde fica o Departamento Médico, Ednalva Franco desceu ao plenário, que vivia uma sessão bastante tensa e, com auxílio de alguns deputados, entrou pela ala dos assessores e subiu num balcão onde ficasse visível aos deputados que ali estavam seu ferimento na perna: a gritaria tomou conta também da sessão.

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O deputado Zico Prado acompanhou a líder do MMPT e outra integrante do movimento à delegacia para registrar Boletim de Ocorrência, como registrou a bancada do Partido dos Trabalhadores que, em nenhum momento revelou nem que ela era filiada à sigla desde 1990.

O presidente da CMP-SP, Raimundo Bonfim, também é assessor da bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo. Começou trabalhando para o deputado Paulo Teixeira em 1995 e permanece até hoje, agora na Liderança do Partido.