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A discussão sobre a eleição presidencial do ano que vem já tem sido temperada por pesquisas eleitorais, que indicam o bom ou mau desempenho de alguns candidatos. Mas será que faz sentido se preocupar em pesquisa de intenção de voto com tamanha distância da eleição?

Um breve levantamento histórico mostra que o cenário pode mudar, e muito!, no intervalo rápido de meses.

Por exemplo, a 11 meses das eleições presidenciais de 2010, a futura vencedora Dilma Rousseff (PT) estava 10 pontos atrás do líder das pesquisas daquele novembro de 2009, José Serra (PSDB). Com 21% de intenções de voto, Dilma se via até ameaçada pelo ex-ministro Ciro Gomes (então no PSB), que somava 17% mas acabou nem se candidatando naquele ano. No fim das contas, Dilma acabou liderando a disputa com relativa tranquilidade e foi eleita.

Em agosto de 1993, um ano e dois meses antes das eleições presidenciais do ano seguinte, o cenário era ainda mais curioso. Pesquisa do Datafolha cravava uma liderança folgada de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguido pelo ex-presidente José Sarney (PMDB) e pelo então prefeito Paulo Maluf (PPR). Fernando Henrique Cardoso, que venceria – com folga! – as eleições, nem era mencionado. Lula teve que se contentar com o segundo lugar.

Já um exemplo mais recente mostra como as pesquisas podem confundir mesmo quando próximas da eleição. O acirradíssimo segundo turno entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) em 2014 renega o fato que, dias antes do primeiro turno, o tucano era dado como carta fora do baralho. Marina Silva (então no PSB) ocupava o segundo lugar com folga e até ameaçava a tranquila liderança de Dilma. A ex-senadora acabou na terceira posição.

Pesquisas podem mostrar muita coisa – por exemplo, os índices de rejeição são sólidos indicadores, que jamais devem ser desprezados. Mas quem se apega a ferro e fogo aos números das intenções de voto com tanta distância das eleições corre o risco de quebrar feio a cara.

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