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Clima bélico no debate do RJ beneficia Paes e dificulta arrancada de Indio
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Os pedidos de direito de resposta marcaram o debate entre os candidatos do governo do Rio de Janeiro promovido pela TV Globo nesta terça-feira (2). Foram solicitados por todos os candidatos, à exceção de Pedro Fernandes (PDT) e Tarcisio Mota (PSOL), e apareceram até mesmo dentro de outros direitos de resposta e nas considerações finais, que costumam ser momentos de calmaria.

Em meio à troca de acusações – estimulada pela plateia, que se manifestou com gritos, vaias e aplausos durante praticamente todo o evento – o ambiente acabou se mostrando favorável a Eduardo Paes (DEM), o atual líder nas pesquisas. Ele foi questionado sobre temas que já está calejado para responder, como as denúncias de que fora beneficiado pela Odebrecht e a relação com o ex-governador Sérgio Cabral, e, quando teve a palavra, optou por construir tabelinhas com Fernandes. A insistência nas perguntas mútuas arrancou risos da plateia.

Na mão oposta, o principal derrotado do debate foi Indio da Costa (PSD). O deputado bateu boca com praticamente todos os adversários, desde os favoritos Paes e Romário (Podemos) até o inexpressivo Wilson Witzel (PSC). Teve seu comportamento ironizado pelos opositores – que o acusaram de “desespero” – e foi o maior alvo do encontro. O desempenho ruim é um sinal ainda pior para o candidato porque, com a exclusão de Anthony Garotinho (PRP) da disputa, ele acabou assumindo o terceiro lugar na corrida eleitoral e vislumbrava o segundo turno como uma possibilidade concreta.

A postura de Indio acabou por ajudar Romário, que fazia um debate apagado até entrar na mira do candidato do PSD. No bate-boca entre ambos, após Romário receber o já tradicional questionamento sobre sua suposta ocultação de patrimônio, o ex-jogador emendou uma resposta que já está viralizando nas redes sociais: “entendo o seu desespero, o senhor tem que distribuir balas para todos os lados. Mas dizer de onde vem o meu dinheiro? Desculpa, tu tá de brincadeira. Pô. Eu joguei futebol profissional dos 18 aos 40 anos”.

Já Tarcisio, o candidato do PSOL, seguro ao longo de todo o encontro, também pode se considerar vitorioso no debate. Conseguiu apresentar propostas e enfatizar o discurso de seu partido de que nunca participou da “máfia do Rio de Janeiro”. Em mais de uma ocasião, interrompeu o fluxo convencional da resposta para usar o expediente de olhar para a câmara e buscar contato direto com o espectador. E ainda cutucou Eduardo Paes, ao lembrar o apelido de “Nervosinho” dado ao ex-prefeito na famigerada lista da Odebrecht.

Referências nacionais
Como esperado, alguns candidatos buscaram turbinar suas campanhas com menções aos concorrentes ao Planalto. Marcia Tiburi (PT) evocou o seu partido – que rebatizou de “Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores” – e gritou o bordão “Lula livre” em suas considerações finais.

Witzel e Indio pediram votos para Jair Bolsonaro (PSL), mesmo ambos sendo filiados a partidos que, formalmente, apoiam outros nomes na corrida presidencial. O PSC de Witzel compõe a chapa de Alvaro Dias (Podemos) e o PSD de Indio é um dos partidos do “centrão”, aliado de Geraldo Alckmin (PSDB). Wilson acabou proporcionando outro momento de risos na plateia ao chamar a mediadora, Ana Paula Araújo, de “Ana Paula Padrão”, nome da jornalista atualmente na Band.

O candidato tucano à Presidência foi solenemente ignorado no debate. Mas não foi o único a ter o nome esquecido – Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) também não foram mencionados. O caso de Ciro chama a atenção porque a candidatura de Pedro Fernandes teve como um dos seus propósitos iniciais fortalecer o nome do presidenciável no Rio. Mas Fernandes acabou se empenhando mais na tabelinha com Eduardo Paes.

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