Ex-presidente Lula no aeroporto de Congonhas durante condução coercitiva, em 2016 (Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo)| Foto:

Depois da reação de procuradores e delegados à decisão do ministro Gilmar Mendes que proíbe a condução coercitiva de investigados, o Conselheiro Federal da OAB Juliano Breda — um dos autores da ação encaminhada ao Supremo — afirmou que a Ordem vai responder “num tom ainda mais forte”.

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“Se os procuradores e juízes estão sustentando que, no lugar das conduções coercitivas, vão decretar prisões, estão dizendo que vão reagir com mais abuso e mais violação da Constituição. Eu só posso dizer a eles que a OAB vai reagir num tom ainda mais forte e mais pesado.”

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, defende que a decisão facilita a destruição de provas e enfraquece as investigações. “Se a condução coercitiva for proibida, nós não pediremos a condução, nós vamos pedir a prisão temporária”, afirma.

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“Começamos a entender que a prisão temporária por cinco dias não era tão necessária e que a gente poderia apenas conduzir o investigado para a delegacia para resguardar a coleta de provas nos dias em que deflagramos as operações.”

No Twitter, o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, declarou que a determinação “mina bases” sobre as quais a Operação se desenvolveu e “pavimenta o caminho para a anulação de provas”. “Nas entrelinhas, [o ministro Gilmar Mendes] chama milhares de juízes, delegados e promotores de abusadores.”

Procurador do Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal, Bruno Calabrich escreveu que a decisão “praticamente obriga juízes, MP e polícia a lançar mão de prisões temporárias”. Para o procurador do MPF em Goiás Helio Telho, sem a condução coercitiva “é provável que veremos o aumento das prisões temporárias”.