O PT formalizou nesta quarta-feira (15) o registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República. O partido transformou o registro, geralmente um procedimento burocrático, em um ato no qual a legenda reforçou suas bandeiras, como o discurso de que Lula é vítima de perseguição política. Lideranças da legenda e de siglas aliadas, como PCdoB, PCO e PROS, estiveram no encontro na frente da sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
A formalização também incluiu o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como candidato a vice-presidente. Haddad esteve no ato, assim como a deputada estadual Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que foi escolhida para ser a vice na chapa petista – seja com Lula, seja com Haddad.
O partido espera que o ex-prefeito possa participar dos debates televisivos com os candidatos a presidente. Mas, diante da quase certeza da impossibilidade, tem apostado no nome de Haddad. “O PT quer que o Lula vá para o debate. Mas todo pedido maior sempre contém um pedido subsidiário, alternativo. Claro que, se o Lula não puder participar, que o Haddad participe”, declarou o deputado federal Paulo Teixeira (SP).
Críticas ao judiciário
Antes do ato no TSE, a cúpula do PT concedeu uma entrevista coletiva em Brasília em que anunciou a apresentação de pedidos de convocação, no Congresso, de autoridades do Judiciário e do Ministério Público. As críticas enfocam principalmente o episódio do último dia 8 de julho, quando ordens de soltura e de manutenção da prisão foram emitidas para o ex-presidente Lula.
“Numa democracia, nós precisamos ter mecanismos de controle. Nós estamos exercendo o nosso papel enquanto representantes do povo e enquanto parlamento. Não há nada de interferência de poderes. Nada disso. Cada um tem que cumprir o seu papel. O que nós queremos é que o papel seja cumprido dentro das regras, do rito estabelecido, do devido processo”, disse a presidente da legenda, a senadora Gleisi Hoffmann (PR).
Já o advogado de Lula, Cristiano Zanin, publicou nota em que contestou a decisão do juiz Sérgio Moro de adiar o depoimento do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia, que estava marcado para 11 de setembro. O magistrado transferiu a oitiva para 14 de novembro para que o encontro não coincida com o período eleitoral. “Um processo criminal jamais poderia ter seus atos orientados pelo calendário eleitoral. A mudança das datas dos depoimentos, porém, mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula que tramitam em Curitiba”, afirmou Zanin.
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