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“Pacotão das impugnações”: 19 contestações a candidaturas mostram clima bem diferente do visto em 2014
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A temporada em que os registros de candidaturas podem ser questionados na Justiça Eleitoral terminou na quarta-feira (22) com 19 impugnações de presidenciáveis. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontado como candidato pelo PT, é responsável pela quase totalidade das contestações, com 16 registros. Jair Bolsonaro (PSL), com duas, e Geraldo Alckmin (PSDB), com uma, fecham a lista.

Como Lula e Bolsonaro são os líderes das pesquisas, as impugnações acabam tendo um peso bem significativo na corrida eleitoral. Em 2014, quando houve a última eleição presidencial, as candidaturas foram registradas sem maiores problemas e as impugnações acabaram não fazendo parte das discussões de campanha.

Lula é contestado por estar preso, condenado em segunda instância e, por isso, enquadrado na Lei da Ficha Limpa. As primeiras impugnações a seu nome foram apresentadas poucas horas depois do registro de sua candidatura, e vieram dos ativistas Alexandre Frota e Kim Kataguiri e da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Bolsonaro e outro presidenciável, João Amoêdo (Novo), também apresentaram ações contra a candidatura de Lula.

O candidato do PSL tem seu registro ameaçado por conta do processo em que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por apologia ao estupro e injúria, após a discussão com a deputada Maria do Rosário (PT-RS). Já Alckmin é questionado por uma razão burocrática: os partidos que compõem sua coligação não colocaram o nome de todas as legendas das alianças nas atas em que formalizaram as parcerias. O pedido da impugnação do tucano foi apresentado pelo MDB, do presidenciável Henrique Meirelles.

No Paraná, duas impugnações afetam pesos-pesados da política local, o deputado federal Ricardo Barros (PP) e o ex-governador Beto Richa (PSDB). Barros foi questionado por, em 2014, ter uma empresa em seu nome como doadora de recursos para a campanha da deputada estadual Maria Victória (PP), sua filha. Já Richa teve sua candidatura impugnada por conta de uma condenação que sofreu motivada por, na condição de governador, ter feito uma “escala” em Paris após uma viagem oficial à Rússia e à China. O tucano é candidato ao Senado.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que é candidato à reeleição, também teve sua candidatura impugnada. O Ministério Público Eleitoral pediu o indeferimento da candidatura do petista pelo fato de que contas dele como prefeito de Nova Iguaçu (RJ) foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

“Isso aqui é fake news. Isso é muito frágil. Por que fazem isso? Fazem para desgastar, articulados com a Globo. É contra o Lula, contra o PT, é contra todo mundo que tem uma posição clara em defesa dos trabalhadores”, alegou Lindbergh, em vídeo divulgado no seu perfil do Facebook.

Apesar da crítica do parlamentar, o Ministério Público Eleitoral do Rio de Janeiro tem destinado sua “metralhadora” a políticos de diferentes partidos. Jean Wyllys e Marcelo Freixo, ambos candidatos a deputado federal pelo PSOL, foram processados por propaganda antecipada – mesma acusação imposta aos “bolsonaristas” Arolde de Oliveira (PSD) e Flávio Bolsonaro (PSL). Já Anthony Garotinho (PRP), candidato ao governo, teve seu registro de candidatura questionado.

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