O Congresso Nacional não tem nenhum parlamentar de sobrenomes Moro ou Bretas. Tem apenas dois Bolsonaro (Jair e Eduardo, pai e filho) e também não conta com ninguém de apelido Lula. No entanto, uma série de deputados e senadores devem passar a assinar com esses adendos em seus nomes nos próximos dias.
Tudo começou com os parlamentares do PT que, com a intenção de homenagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediram formalmente para que “Lula” fizesse parte de seus nomes oficiais. A presidente do partido, senadora Gleisi Hoffmann (PR), por exemplo, passaria a assinar Gleisi Hoffmann Lula. “É um sinal de apoio ao nosso ex-presidente Lula e de repúdio a essa decisão de prendê-lo”, explicou o deputado Luiz Couto (PT-PB) – ou melhor, Luiz Lula Couto.
Mas não demorou muito para que os opositores do PT também entrassem no jogo – claro, destacando algozes dos petistas. Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) pediu para ser chamado de Sóstenes Lula Cavalcante; Capitão Augusto (PR-SP), de Capitão Augusto Bolsonaro.
O senador Magno Malta (PR-ES) foi ainda mais exótico: disse que seu novo nome parlamentar seria Magno Malta Moro Bretas Soldado Afonso Miller. Os adendos homenageiam o juiz Sérgio Moro, o também juiz Marcelo Bretas e o policial Afonso Miller, morto no Espírito Santo.
A alteração do nome foi uma das ações que os parlamentares do PT usaram para protestar contra a prisão do ex-presidente Lula. Outra foi a de obstruir as votações da Câmara dos Deputados. “Nós acreditamos que a normalidade não está acontecendo num país onde estamos vivendo um estado de exceção. E queremos chamar a atenção do povo brasileiro para que este momento seja um momento que reconheçam que o Lula está preso e é um preso político, um perseguido”, disse Benedita da Silva (PT-RJ).
A medida deu algum resultado na noite de terça, com o impedimento da votação sobre a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp). A aprovação do texto-base da proposta só ocorreria no dia seguinte.
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