O PT vai promover um esquema de financiamento coletivo – ou crowdfunding, a popular vaquinha – para arrecadar recursos para garantir a presença de militantes do partido em Porto Alegre no dia 24 de janeiro, quando será realizado o julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no episódio do triplex no Guarujá.
Os petistas querem fazer do julgamento uma grande mobilização popular. O partido espera a presença até de “estrelas internacionais”, como o senador americano Bernie Sanders, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e o cantor irlandês Bono.
Com o crowdfunding, o PT dá continuidade a um hábito do qual o partido tem lançado mão nos últimos tempos. Ao longo deste ano, o partido arrecadou fundos para custear as viagens do ex-presidente Lula – em uma campanha de mobilização, a presidente da legenda, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse que as doações eram imprescindíveis em virtude da proibição das doações de pessoas jurídicas.
Ainda em 2016, à época da fase final do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, campanha semelhante foi realizada. Na ocasião, o partido divulgou ter arrecadado R$ 500 mil, e em um prazo curto de tempo.
Mas as vaquinhas mais célebres coordenadas pelo PT foram as feitas para os condenados pelo mensalão, em 2013 e 2014. À época, os ex-presidentes do partido José Dirceu e José Genoino, além do ex-tesoureiro Delúbio Soares, foram contemplados com uma arrecadação de R$ 2,7 milhões, valores que chegaram ao partido por doações via internet e por eventos como jantares. Mesmo a descoberta, pela Lava Jato, que a consultoria de Dirceu movimentou R$ 29 milhões em um prazo curto de tempo, não constrangeu alguns doadores, que chegaram a afirmar, em reportagens veiculadas à época, que não se arrependiam do ato.
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