(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)| Foto:

Com o fim do imposto sindical, determinado pela Reforma Trabalhista, sindicatos afirmam que as comemorações de 1º de maio serão enxutas. O secretário da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, diz que, com menos dinheiro, a tradicional festa realizada em São Paulo será menor. Se, antes, o evento começava às 7h e só acabava à noite, agora, começará às 8h e terminará às 15h.

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“Tem sindicato que não vai conseguir fazer nada no Dia do Trabalhador. Nós até pensamos em não comemorar, mas achamos por bem reunir os principais sindicatos da Grande São Paulo e manter [a comemoração]”, explica. “Se o problema fosse só a festa, seria até natural… O pior é que, sem dinheiro, os sindicatos não têm conseguido fazer sequer as negociações coletivas.”

Além de encurtar a festa, a Força Sindical reduziu o palco e a estrutura de shows e diminui de 19 para 15 o número de carros sorteados entre os trabalhadores. Juruna afirma que mesmo a impressão de cupons foi afetada. “Normalmente a gente fazia 4 milhões de cupons para que o pessoal participasse do sorteio. Este ano, fizemos 3 milhões. Antes, a distribuição começava em 20 de março. Agora, começou em 1º de abril.”

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Fator Lula

Além da Reforma Trabalhista, sindicalistas afirmam que o 1º de maio será marcado por protestos contra a prisão do ex-presidente Lula. As sete centrais sindicais do país, CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central, UGT, Intersindical e CSB, farão um ato conjunto em Curitiba, onde o petista está preso desde 7 de abril.

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Presidente da Nova Central, José Calixto afirma que a comemoração conjunta é inédita desde a redemocratização. “Hoje, toda a estrutura sindical está sofrendo as mesmas consequências. O Dia do Trabalhador é o dia em que podemos, então, juntar todas as ideias. Queiramos ou não, esse 1º de maio realizado em Curitiba é uma maneira de apelar para a liberdade do Lula. Não tem como pensar diferente.”

Mesmo crítica ao ex-presidente, a Força Sindical, presidida pelo deputado federal Paulinho da Força (SD) — um dos apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) — afirma reconhecer que Lula ajudou os trabalhadores em seu governo.

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“Lula ajudou muito o nosso país a crescer. Ele foi capaz de fazer uma ação política unindo trabalhadores e empresários”, defende Juruna. “Nós achamos que a Justiça tem que ser para todos, mas o que a gente observa, no caso do ex-presidente Lula, é que a Justiça foi muito rápida e interessada em tirá-lo das eleições. A rapidez da Justiça foi para prejudicá-lo na possibilidade de se candidatar.”