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“O antigo antissemitismo saiu de moda após o mundo ter descoberto o Holocausto. Foi substituído por uma nova forma de discriminação: o antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida. Uma verdadeira aberração.”

Claudio Lottenberg, ex-presidente da Confederação Israelita do Brasil

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Uma manifestação pacífica na Avenida Paulista, previamente comunicada e autorizada pelos órgãos responsáveis, foi alvo de um atentado terrorista na última terça. Não houve vítimas fatais da bomba atirada por pura sorte. A gravidade do fato é inversamente proporcional ao espaço que o episódio mereceu na velha imprensa em tempos de negação e pós-verdade.

Não há dúvidas sobre o que ocorreu: há dezenas de testemunhas (incluindo policiais), está tudo filmado e registrado no Boletim de Ocorrência. Mesmo assim, a velha imprensa optou pela narrativa embusteira de “conflito” para mascarar a agressão aos manifestantes por radicais que se encontram num bar do Bixiga de propriedade de um dos presos no episódio, Hasan Zarif.

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O mesmo Hasan Zarif liderou um protesto contra Michel Temer no último dia 10 de abril na porta da FIESP, como registrando em matéria da Folha de S. Paulo. Ele foi entrevistado no ato que acusava Temer, descendente de libaneses, de “laços sionistas”. A prova? A escolha de Ilan Goldfajn para comandar o Banco Central. É tão Alemanha dos anos 30 que parece pesadelo.

O bar do palestino de 43 anos detido com o imigrante sírio que teria atirado a bomba nos manifestantes da Paulista, Al Janiah, é um pequeno enclave em São Paulo que foi festejado pela grande imprensa da capital como um centro multiculturalista de encontro e comunhão entre culturas.

A imprensa engajada paulistana, que serviu de assessoria de imprensa para o bar desde o ano passado, fala do local assim:

– “Cozinha sem fronteiras. Refugiados palestinos fazem sucesso em restaurante” (Estadão)

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– “Bar de palestino preso em protesto é pátio para multiculturalidade” (Folha de S.Paulo)

– “Bixiga: o novo point da galera moderninha” (Veja SP)

O primeiro “encontro de culturas” promovido pelo dono do bar palestino na última terça não pareceu tão multiculturalista quanto os jornalistas prometiam, mas em tempos de fake news em que fatos são considerados opressores e incômodos, o que sobre é apenas narrativa.

Uma das principais características do jornalismo em tempos de pós-verdade é a dificuldade ou a recusa ideológica de tratar as coisas pelo nome, como destacado no comentário de Carlos Andreazza ontem em seu programa na Jovem Pan FM. O editor enfatiza que o atentado foi premeditado e não há narrativa ideológica que mude este fato.

Para quem ainda não entendeu, não existe diferença entre antissemitismo e anti-sionismo, como a extrema-esquerda e os radicais islâmicos insistem. Como esclarece Claudio Lottenberg, na época presidente da Confederação Israelita do Brasil em artigo para a Folha, “o antigo antissemitismo saiu de moda após o mundo ter descoberto o Holocausto. Foi substituído por uma nova forma de discriminação: o antissionismo. A máscara é nova, mas a alma horrenda é velha conhecida. Uma verdadeira aberração.”

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O ovo da serpente está sendo chocado, como se o Brasil já não tivesse problemas suficientes. Houve um atentado, uma bomba foi atirada em brasileiros que caminhavam de forma pacífica na principal avenida da maior cidade do país.

Numa semana crucial que em França vai decidir entre abrir de vez ou não suas fronteiras para a imigração indiscriminada, entre manter ou não a soberania nacional sobre a própria política de imigração, o Brasil começa a piscar o olho para o radicalismo islâmico. Se as autoridades, os formadores de opinião e o jornalismo brasileiro forem omissos neste momento, o sangue de futuras vítimas de atentados ficará para sempre em suas mãos.