O presidente Jair Bolsonaro.| Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil
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Na segunda-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro recebeu bem cedo, às 8h, na sua residência oficial – o Palácio Alvorada – o ministro da Justiça, Sergio Moro, para examinar o texto desta abusada Lei do Abuso de Autoridade.

Ela saiu assim das mãos de Renan Calheiros, embora tenha origem no senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Randolfe acabou desconhecendo o “filho” e pediu que o Senado não aprovasse, mas a casa aprovou e a Câmara também - em uma votação simbólica muito mal explicada.

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Agora o presidente tem que vetar, nem que sejam algumas coisas. Sergio Moro teria apontado nove artigos que teriam de ser vetados. Muita gente fica preocupada porque depois do veto o projeto volta para o Congresso e os congressistas podem manter o texto original. E aí, o que vai acontecer?

Dificilmente vão manter o texto original, porque depois que a nação se revoltou contra esse truque dos corruptos com medo da Lei e da Justiça, provavelmente, ninguém vai ter coragem de, em uma votação nominal no Senado (onde o projeto teve origem), derrubar os vetos. Sequer esse projeto vai para a Câmara de novo.

Outra questão

Uma portaria dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Justiça, Sergio Moro, proíbe a entrada no Brasil de altos funcionários do governo venezuelano que tenham sido acusados de violações de direitos humanos e de crimes contra a democracia.

O governo está fazendo aquilo que foi combinado na campanha eleitoral.

Sobre a MP do Coaf

Estão falando em blindagem da Receita Federal e da Polícia Federal para que o governo não se meta. Espera aí! Esses dois órgãos não são do governo? Eles são órgãos de estado, sim.

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Tem um chefe. Nós elegemos um presidente da República para ele mandar no poder Executivo - não é para mandar nas nossas vidas, empresas ou nossa maneira de ser ou viver. Ele não manda em nós, mas manda no seu governo.

O chefe do poder Executivo não manda no Legislativo, nem no Judiciário. Mas foi eleito para mandar no poder Executivo. Eu já ouvi de Bolsonaro que ele precisa exercer o poder porque senão vira um banana. Essa é a verdade.

Põe-se que a gente é ingênuo. O que está acontecendo é que todos esses órgãos foram aparelhados por décadas pelos governos anteriores e, agora, estão agindo contra o desaparelhamento. É isso que está acontecendo.

Tem que haver desaparelhamento. Vai ser órgão de estado? Então vai ser órgão de estado. Não vai estar a serviço de ideologia. Não venham dizer para mim que a Receita não era influenciada pelo governo.

No governo Lula, o ex-secretário Everardo Maciel ,da Receita, me chamou atenção porque é pau mandado. Fizeram-me pagar duas vezes o mesmo imposto: uma vez na pessoa física e outra pessoa jurídica. Só que na segunda vez – em um imposto já pago – teve acréscimo de 150%, 300%. Eu paguei R$ 1,34 milhão para não calarem a minha boca.

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Então não venham me falar de blindagem agora. Vamos desaparelhar, sim, o que está aparelhado no governo. E tem muita coisa ainda para desaparelhar!

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]