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O já falecido ex-presidente Itamar Franco.
O já falecido ex-presidente Itamar Franco.| Foto: José Cruz / Agência Brasil

Depois de ter perdido a paciência com um repórter que perguntou ao presidente Jair Bolsonaro se existia comprovante do empréstimo feito a Fabrício Queiroz – e retrucado perguntando se o pai e a mãe do jornalista exigiam comprovante um do outro –, o presidente se arrependeu e convidou os repórteres a irem à residência oficial do Alvorada.

Lá o presidente confessou: quando está com a cabeça quente, perde a paciência. Ele disse: “Quando a cabeça não está no lugar, eu alopro”.

Mas o caso é que o presidente é um em campanha: apenas a pessoa física. Depois que é eleito, recebe outra personalidade: a de pessoa jurídica de presidente da República. É que o tem representação, é o chefe de Estado que representa não apenas seus eleitores, mas todos os brasileiros. Então tem o ônus do cargo que impõe certo cerimonial. Embora outros presidentes tenham agido cada um conforme sua personalidade...

Eu lembro que quando Itamar Franco me ligava e eu o chamava de presidente, ele me corrigia: “Não me chame de presidente, meu nome é Itamar”. Eu dizia: “Sinto muito, o senhor é presidente da República, chefe de Estado brasileiro”.

Mudando de assunto

O presidente enviou 72 propostas ao Congresso e conseguiu a aprovação de 14 delas. Isso significa algo em torno de 20%. Fernando Henrique Cardoso teve um desempenho ainda menor no 1º ano de mandato: 12%. Lula teve um bom desempenho: 46% de aprovação no Congresso.

Sabe qual é a diferença? É que alguns ficam discutindo. Outros aproveitam logo o calor da eleição, quando deputados e senadores ainda vêm das campanhas eleitorais com a pressão da opinião pública, e aprovam as propostas recém-chegadas.

Isso aconteceu agora na Argentina. A Lei de Emergência Econômica foi aprovada na Câmara e no Senado. Aconteceu isso com Collor quando aprovou aquela maluquice da ministra Zélia Cardoso de Mello, que aprovou aquele plano econômico [responsável pelo confisco da Poupança].

Um lamento

O ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, que estava foragido e com prisão preventiva decretada, e que fora flagrado em um telefonema cobrando R$ 360 mil de propina de desvio de hospital público, foi preso quando chegou a Natal (RN) e levado a João Pessoa (PB).

No dia seguinte, ele foi solto por um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu habeas corpus. Essa mensagem de impunidade é uma maluquice.

Por outro lado...

No Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Celso de Mello – o decano dos ministros – afastou do mandato o deputado Wilson Santiago (PTB-PB), que desviou propina de água, da construção da adutora Capivara. Foram quase R$ 15 milhões.

O prefeito de Uiraúna (PB), João Bosco Nonato (PSDB), que está junto nessa história, botava o dinheiro na cueca. Pegou a mania de botar dinheiro na cueca, como já aconteceu com aquele assessor do irmão de José Genoíno (PT), que estava com a cueca cheia de dólares no Aeroporto de Congonhas.

Lá na Paraíba um tira dinheiro de hospital. Outro tira dinheiro de água em uma região carente. E vocês ainda acham que basta a penalidade prevista no Código Penal para esse tipo de gente? Será que não seria necessário colocar agravantes que multiplique por três vezes o tamanho da pena?

Ao invés de ser condenado a dez anos de prisão, que seja condenado a 30 anos, por exemplo. Ao invés de 30, que pegue 90. E agradeça que não tenha aqui no Brasil as penalidades que existem na China e na Indonésia, por exemplo.

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