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Queimadas
Segundo o INPE, são 2.770 incêndios, 84% a mais que em outubro do ano passado| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil / arquivo

As pessoas em Manaus, os manauaras, se queixam de olhos vermelhos lacrimejando, com problemas de respiração, na garganta, com dificuldade inclusive dentro de casa, sem poder respirar direito. Muita fumaça tapando a visão já há dias a ponto do ex-governador Arthur Virgílio ter feito um poema cotejando com o Rio da Minha Aldeia, do Fernando Pessoa, comparando com o Rio Negro, na confluência com Amazonas, como está sofrendo a região.

Segundo o INPE, são 2.770 incêndios, focos de calor. Isso é 84% a mais que em outubro do ano passado. O ar está péssimo. Imagina a ironia de uma capital numa cidade, no meio da floresta amazônica, estar com uma das piores qualidades do ar do mundo nesse momento. Uma das causas é o aperto de pequenos agricultores, pecuaristas e familiares da agricultura. A renda despencou e o preço do gado despencou.

Para fazer a limpeza do terreno, a tradicional coivara, que é o fogo, que fica mais barato. Claro que primeiro tem que derrubar para depois queimar. Porque a floresta amazônica, ainda que toque fogo, não queima porque é verde úmida. É uma floresta úmida. Floresta equatorial úmida, só pra lembrar aquilo que a gente aprendeu lá no grupo escolar.

Vingança do Supremo

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná já marcou julgamento do senador Sérgio Moro. É a vingança. Agora mesmo em Paris, o decano do Supremo, o ministro Gilmar Mendes, declarou literalmente: “o Supremo enfrentou a Lava Jato, do contrário, os políticos não estariam aqui, inclusive o presidente da República. Se hoje temos a reeleição do presidente Lula, isso se deve ao Supremo Tribunal Federal.”

E a vingança vai longe, né? Porque já pegaram o chefe do Ministério Público daquele grupo de trabalho que descobriu toda a corrupção. Com provas, com devolução de dinheiro, conseguiram devolução de muito dinheiro para Petrobras, com confissões, com delações premiadas e com sentenças de nove juízes. Foi tudo anulado.

Eu fico lembrando do inferno de Dante. “Deixai toda esperança vós que entrais”. Que entrais nesse Brasil, né? A gente tinha esperança de, enfim, ser o país em que não havia mais impunidade. Voltou à impunidade.

Bolsonaro na ativa 

Eu acho que só aconteceu com Getúlio Vargas, que saiu do poder e continuou poderoso lá em São Borja. E depois voltou a presidente. Bolsonaro, ex-presidente, estava no helicóptero, junto com o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, inspecionando as áreas do Vale do Itajaí, atingidas pelas enchentes.

Às 10 da manhã, estava lá no Primeiro Batalhão de Polícia de Choque, para o aniversário da Rota, o 53º aniversário da Rota, que fica na avenida Tiradentes pertinho da Estação da Luz em São Paulo.

A próxima viagem, ainda neste mês, será para Belém e depois vai a Goiânia. Continua percorrendo o país e sendo recebido pelos seus apoiadores, mas nunca se viu com um ex-presidente. Parece que continua rodando o país como ele já rodava antes de ser presidente.

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