Ex-presidente Lula durante a coletiva de imprensa no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.| Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo
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O ex-presidente Lula discursou nesta quarta-feira (10) no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde ele começou a vida política. Disse ser “vítima da maior mentira jurídica em 500 anos de história”. Como era de se esperar, criticou o governo. Atribuiu a Bolsonaro o fechamento do comércio varejista, a queda nas vendas, o preço alto dos combustíveis e falou mal do mercado financeiro.

Quando perguntado se iria sair candidato à presidência da República em 2022, ele respondeu que ainda não tem cabeça para pensar nisso. É uma grande responsabilidade. Se ele concorrer, será a hora da verdade: Lula versus Bolsonaro.

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Lula não poderá se esquivar de concorrer contra Bolsonaro, que tentará se reeleger. Mesmo assim, o ex-presidente desconversou e afirmou que as lideranças petistas estão percorrendo o Brasil. Mas todos sabemos que se quiser ser candidato, ele será. Não será a assembleia do PT que irá impedir.

O ex-presidente criticou Ciro Gomes: disse que ele tenta parecer inteligente, mas é ignorante. Afirmou que se o candidato do PDT continuar agindo com grosseria, terá menos votos na próxima eleição. Convidado, Ciro fez muito bem em não ir ao evento de Lula.

O petista ainda desdenhou da possibilidade de uma frente de centro para tentar vencer Bolsonaro no pleito do ano que vem. Ele disse que seria muito complicado fechar uma chapa dessa forma.

Lula está falando com quem tradicionalmente vota nele, mas também está tentando se aproximar de outros eleitores. Ele falou “não tenham medo de mim”. Isso me fez lembrar do apelido “Lulinha paz e amor” que ia mais ou menos nesse sentido.

Lula ainda é réu

O ex-presidente Lula ainda é réu em quatro processos distribuídos entre São Paulo e Brasília. São eles: a possível compra irregular dos caças Gripen, o caso em que o petista é acusado de receber propina de montadoras para liberar medidas provisórias que beneficiaram a indústria automobilística, esquemas de corrupção envolvendo a Odebrecht e o que investiga lavagem de dinheiro por meio do Instituto Lula.

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Alemanha “imita” o Brasil

O presidente Jair Bolsonaro sancionou a MP que facilita a compra de vacinas, insumos e serviços necessários para o combate ao coronavírus. O texto prevê que a Anvisa dê um parecer de uso de vacinas de forma emergencial em até sete dias.

Todos os países da União Europeia estão com problemas para comprar imunizantes contra a Covid-19. A Alemanha é um dos países que mais estão sofrendo. Isso porque eles decidiram “imitar” o Brasil: dois deputados da base aliada da presidente Angela Merkel são acusados de desvio de dinheiro na compra de máscaras hospitalares.

Hipocrisia na Suprema Corte

O julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro mostra hipocrisia por parte do STF. Porque mais da metade dos ministros da Corte tem alguma ligação com um partido ou com o presidente da República que o indicou. Ou seja, um ministro não seria parcial ao julgar quem o indicou para a cadeira.

O ministro Gilmar Mendes embasou seu voto pela suspeição de Moro no processo contra Lula. Esse é o mesmo tribunal que tem um inquérito em que o próprio Supremo é a vítima, o investigador, o Ministério Público, o julgador e o executor são a mesma pessoa, no caso o próprio ATF. O famoso inquérito das fake news. Ou seja, não há o cumprimento do devido processo legal nesse caso.

Outro argumento do ministro para o voto proferido no julgamento foi retirado das mensagens vazadas dos membros do Ministério Público Federal. Mas Gilmar Mendes fala que não se pode combater um crime cometendo um crime. Ora, mas a Constituição diz claramente que provas obtidas de maneira ilegal não são admissíveis em processos judiciais.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]