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STF pretende continuar com serviços de garçons para ministros
Estátua da Justiça diante do prédio do STF, em Brasília.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O presidente da República vai nesta quinta-feira para a Índia, onde haverá a reunião do G20, cuja presidência o Brasil assumirá por rotatividade. Lula vai fazer o mesmo caminho que Cabral fez quando descobriu o Brasil, indo para a Índia depois de passar por aqui.

Lula deixa problemas por aqui. Há um enorme desagrado dentro do seu próprio partido, porque o presidente está tirando uma petista, Ana Moser, do Ministério dos Esportes, para inchar a pasta e entregá-la ao PP. E também está tirando um socialista, do PSB, o ex-governador paulista Márcio França, para botar alguém do Republicanos. Lula não conseguiu resolver isso ainda; está na 13.ª viagem ao exterior e geralmente, quando sai, diz que vai resolver na volta. Vamos ver que solução ele encontrará para esse desgaste.

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Lula defende segredo total no STF

Desgaste maior ainda Lula arrumou com uma frase a respeito de algo que ninguém tinha perguntado. O Marcos Uchôa não perguntou naquela live de terça-feira, que ninguém acompanha, só os jornalistas, mas vejam só o que ele disse: “Se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte, a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da suprema corte, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria, pronto, 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2, não precisa saber quem foi”. É o segredo: de repente o Supremo já decidiu a portas fechadas e você está condenado. O réu não tem direito nem de assistir ao próprio julgamento.

O ex-ministro Marco Aurélio, que foi quem introduziu a TV Justiça para divulgar os votos, ficou horrorizado porque isso contraria a própria Constituição, no artigo 37. Esse é o nosso livrinho básico, o livrinho de cabeceira cívica. Estão lá as características do serviço público: além da moralidade e da impessoalidade, temos a publicidade, que não é sinônimo de propaganda, mas de tornar público o que está acontecendo. E o pior é que Lula justifica o segredo, como se ele não tivesse nada a ver com isso: “Porque do jeito que vai, as pessoas ficam sabendo como é o voto dos ministros do Supremo, o ministro do Supremo não vai poder mais sair pra rua, não pode mais passear com a família”.

Não sei se ele está lembrando das fitas que chegaram de Roma, do entrevero com Alexandre de Moraes; ou se está lembrando dos xingamentos que recebeu o ministro Cristiano Zanin, recém-indicado por ele, por ter votado contra a maconha – o pessoal da esquerda, pelo jeito, está a favor da maconha. E o próprio Lula já fez observações vulgares, chulas, a respeito da ministra Rosa Weber, e também naquela conversa com Dilma, em que ele diz que os ministros do Supremo estão todos “acovardados”. Lula queria atacar Bolsonaro, que criticava o Supremo, mas nessa acabou enrolando tudo.

General contradiz G. Dias na CPI do 8 de Janeiro no Distrito Federal

A CPI do 8 de Janeiro na Assembleia do Distrito Federal está sendo mais eficiente que a CPMI do Congresso. Levou lá o “número 2” no GSI, que trabalhou com o general Gonçalves Dias, e ele desdisse tudo que G. Dias tinha contado. O general Carlos Penteado disse que G. Dias retinha os avisos, não os passava adiante para seus subordinados se prepararem. Ele contou que no dia 8, às 8 da manhã, chegou mais um aviso da Abin e G. Dias não os repassou para ninguém. E mais: disse que, se tivesse passado, haveria tempo para pôr em prática a Operação Escudo, com as Forças Armadas; a invasão do Planalto teria sido impedida.

Claro que vocês vão me perguntar: será que Alexandre de Moraes vai ficar sabendo disso? Ele já sabe, porque esse depoimento saiu no Estadão, e certamente Alexandre de Moraes lê o Estadão.

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