Ministro Gilmar Mendes disse que o Exército é cúmplice de um “genocídio” no Brasil por causa da alta mortalidade do novo coronavírus.| Foto: Nelson Jr./STF
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O ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos pontes, demitiu a senhora que era coordenadora-geral do Inpe para observação da Terra. O ministro tem sido cobrado pelo presidente da República sobre as queimadas e os desmatamentos.

O vice-presidente Hamilton Mourão coordena esse grupo da Amazônia. Ele vai pedir 120 dias para diminuir o desmatamento, porque o Brasil precisa dar uma resposta à propaganda negativa que fazem do país em relação à proteção da floresta amazônica.

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Repúdio das Forças Armadas

Eu nunca vi uma nota de militares tão grave e marcante como essa que foi feita para o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Tem muita gente vibrando com essa resposta.

Mas ele extrapolou também. O ministro afirmou que o Exército estaria se associando a esse “genocídio” ao manter militares no Ministério da Saúde, se referindo à forma com que o governo está tratando o coronavírus.

Só tem um único militar da ativa do governo que é o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello. Havia o general Luiz Ramos, que há 10 dias passou para a reserva. E todos os demais militares no governo estão na reserva. Militares da reserva são como todos os civis.

A nota do Ministério da Defesa foi assinada pelo ministro-general Fernando Azevedo e Silva e pelos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica. O texto afirma que os comandantes repudiam veementemente a acusação apresentada pelo senhor Gilmar Mendes contra o Exército brasileiro. Nem sequer o chamam de ministro do STF.

“Comentários dessa natureza, afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, infundada, irresponsável e leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”.

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Por fim, os autores avisam que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica estão dedicados a proteger as populações durante a pandemia e que o Ministério da Defesa vai encaminhar representação à Procuradoria-Geral da República para que as medidas cabíveis sejam tomadas.

Eu nunca vi os ministros da Suprema Corte dos EUA dar declarações, ir a coquetéis ou tomar atitudes afins. Juízes falam nos autos, mas no STF há alguns que passam o dia dando entrevistas e fazendo declarações.

O problemas é que essas declarações acabam conflitando com os votos deles, com as relatorias de processos. Pode acontecer de estarem falando sobre um assunto que mais tarde eles vão precisar julgar, isso é muito ruim. A reação dos militares e do Ministério da Defesa foi ótima.

Solidariedade a Nise

Como eu falei a respeito da atitude completamente descabida do Hospital Albert Einstein de repudiar a fala da médica Nise Yamaguchi, que comparou o medo que as pessoas têm do coronavírus ao holocausto, ela me ligou.

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Eu acho que o hospital vai voltar atrás na fala. Eles precisam ler de novo o que ela disse, porque quem deu a declaração deve seguir a cartilha de Paulo Freire, porque lê e não entende o que leu.

Ela me contou que recebeu do médico Vladimir Zelenko, de Nova Iorque, que é judeu e o homem da hidroxicloroquina lá nos Estados Unidos, uma mensagem de apoio e solidariedade.

Zelenko costuma dizer que parece que querem que o brasileiro morra porque não se está usando um medicamento que existe e que, segundo ele, está dando certo. Ele também diz preferir viver empiricamente do que morrer cientificamente. Eu acho que nós temos que nos curvar à experiência do dia a dia e não à ciência.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]