Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Alexandre Garcia

Alexandre Garcia

Cartão vermelho

Moraes transforma furto de bola em golpe de Estado

Moraes transforma furto de bola em golpe de Estado
Moraes votou para condenar a 17 anos de prisão homem que furtou e, posteriormente devolveu, uma bola da Câmara nos atos de 8 de janeiro. (Foto: EFE/Andre Borges)

É necessário investir em segurança e alertar os turistas sobre possíveis riscos, especialmente após a tragédia causada por um balão que pegou fogo e caiu em Praia Grande (SC), matando oito pessoas e ferindo outras 13, e pela situação enfrentada pela turista brasileira, Juliana Marins, de 26 anos, que caiu de um penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão Rinjani, em Lombok, na Indonésia.

Atividades turísticas que apresentem qualquer risco, como caminhadas, escaladas e voos precisam ter o mínimo de segurança, porque o turista tem como objetivo se divertir, não se trata de um aventureiro acostumado a desafios. O Itamaraty informou na noite deste domingo (22) que equipes da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia iniciaram o terceiro dia de esforço para tentar resgatar a brasileira, que está na fenda do vulcão há mais de 60 horas.

Moraes e a bola do golpe

Muitos juristas e professores estão preocupados com o rumo que está tomando o Direito no país. Advogadas, advogados e estudantes de direito relatam a frustração em suas carreiras devido à ausência de ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para conter abusos e com a intimidação de juízes pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Esses profissionais também demonstraram insatisfação com magistrados que não são intimidados, mas seguem a mesma linha do Supremo, decidindo de forma contrária à Constituição, comprometendo os princípios que são pedra angular do Direito. Resta ao país mais insegurança jurídica, o que afasta investidores estrangeiros e até brasileiros.

Um exemplo é o caso de Antônio Cláudio Alves Ferreira, que foi condenado a 17 anos de prisão por destruir um relógio do Palácio do Planalto durante os atos de 8 de janeiro de 2023. O juiz Lourenço Migliorini Fonseca Ribeiro, da Vara de Execuções Penais de Uberlândia (MG), concedeu a progressão para o regime semiaberto após Ferreira cumprir 2 anos e 4 meses de detenção.

O magistrado argumentou que o réu já cumpriu a fração necessária para receber o benefício, não cometeu nenhuma falta grave e tem "boa conduta carcerária". O ministro Alexandre de Moraes mandou prender Ferreira novamente e decidiu “de ofício” abrir uma investigação contra o juiz, ou seja, de iniciativa própria, sem a provocação do Ministério Público, como ocorre via de regra. Seria o caso de um processo que chegasse ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Moraes também votou para condenar Nelson Ribeiro Fonseca Júnior a 17 anos de prisão por participação no 8 de janeiro. Durante os atos, Nelson furtou uma bola autografada pelo atacante Neymar Jr., do Santos, que estava em exposição no Museu da Câmara dos Deputados.

Ele próprio foi até a Polícia Militar e relatou ter encontrado a bola no chão da Câmara e a levou para “protegê-la” e “devolvê-la posteriormente”. Ainda em janeiro, ele entregou o objeto aos policiais, que encaminharam o caso à Polícia Federal. A bola retornou à Câmara em fevereiro de 2023. Nelson se tornou réu e foi preso preventivamente em março de 2023. O caso é analisado pela Primeira Turma do STF.

No voto, Moraes fixou a pena de Nelson a seis anos e meio por golpe de Estado, que não aconteceu; a cinco anos e meio por ter abolido o Estado de Direito de forma violenta, com a bola; a um ano e meio por dano qualificado, porém, ao que consta, ele não furou a bola.

Outros dois anos por associação criminosa armada, convenhamos que a bola é uma arma brasileira, mas do futebol; e a três anos por furto qualificado, que durou 20 dias e por iniciativa do próprio Nelson foi devolvida. Ele não quebrou a vitrine do museu onde a bola estava e disse ter encontrado a bola no chão. Nelson Ribeiro Fonseca Júnior é casado e tem um filho de dois anos. O ministro Gilmar Mendes, conhecido por seu perfil garantista, não faz parte dessa Turma, então ele não vai votar, mas seria curioso ver o que ele diria sobre esse caso.

VEJA TAMBÉM:

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.