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O colorado Santiago Peña vota em Assunção (Paraguai); ele saiu vencedor na disputa realizada no dia 30 de abril.
O colorado Santiago Peña vota em Assunção (Paraguai); ele saiu vencedor na disputa realizada no dia 30 de abril.| Foto: EFE/Raul Martinez

O povo paraguaio acaba de eleger novo presidente. Santiago Peña, 44 anos, sucede a seu correligionário do Partido Colorado Mário “Marito” Abdo, amigo paraquedista de Bolsonaro. Peña fez 43% dos votos, superando a coligação de centro-esquerda com 27%. É a maior vitória da centro-direita, porque elegeu 15 dos 17 governadores e a maioria da Câmara e do Senado. Mais do que isso, o vitorioso em confiabilidade foi o sistema eleitoral eletrônico com comprovante impresso. Em duas horas, resultado confiável. Foi também uma derrota da igreja progressista, que apoiou o perdedor.

O eleitor paraguaio parece estar bem informado. Percebeu que os governos de esquerda da América Latina não andam bem. O da Argentina é um fiasco. No câmbio libre, são necessários 300 pesos para comprar um dólar. E pensar que o ministro da Fazenda do Brasil queria moeda única com o Mercosul... O chileno Boric, depois que um plebiscito recusou sua constituição neoesquerdista, perdeu o rumo e já não sabe o que fazer. Na Bolívia, a vitória de Arce parecia dar força a Evo, mas o país ficou capenga com a hostilidade ao investimento privado e o câmbio fixo; sem reservas, está com dificuldades de importar. Na Colômbia, o presidente Petro está com dificuldades no Congresso e nas ruas; no Peru, acabou na cadeia o presidente esquerdista Castillo. No México, Obrador tentou restringir a oposição com uma lei eleitoral e agora enfrenta protestos nas ruas.

Quando não produz apenas fracassos, a esquerda latino-americana tem sucesso ao implantar ditaduras, como é de sua ideologia. Cuba é a mais antiga delas; além de antiga, antiquada. Nicarágua e Venezuela seguem-lhe os passos. É de sua natureza: censura, prisões, autoritarismo. Uma vitrine para os brasileiros mirarem, com espelhos ao fundo. Votamos assim, teremos um destino assim. Abandonamos a Constituição, que nos manteria como Estado Democrático de Direito; o descumprimento de leis é corrente; a existência de três poderes é lesada pela hegemonia do Supremo, o único poder sem a chancela do voto popular.

O Paraguai atrai investimentos brasileiros com um sistema tributário sensato e segurança jurídica. No Brasil, há fuga de capitais e gente, por insegurança pessoal, patrimonial e jurídica. Se tivéssemos o comprovante do voto, como no Paraguai, poderíamos garantir que foi por vontade dos eleitores, mas, depois do que vimos na abertura do Agrishow, em Ribeirão Preto, a dúvida persiste. Por enquanto, vivemos mais um degrau para o totalitarismo: o projeto para censurar as redes sociais, sem dar importância à Constituição, que bane “toda e qualquer censura”. A história nos conta que ganhamos a Guerra do Paraguai. Mas foi em 1870. Agora eles estão ganhando.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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