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O lema “quanto mais velho, melhor”, é um grande mito. Tanto no universo do vinho quanto no da cerveja. Nem todo o fermentado de uva foi feito para envelhecer assim como o “suco de cevada” é um produto para ser consumido fresco. Aliás, quando mais fresco, melhor! Mas há exceções, como as cervejas de guarda, que são aquelas que têm potencial de melhorar como tempo.

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Em geral elas são cervejas escuras e mais robustas, encorpadas e alcoólicas – acima de 7% ABV – , com exceção das Lambics, cervejas de fermentação espontânea belgas, que também evoluem positivamente, mas são claras. Essas características são as mesmas de cervejas boas para serem consumidas em dias frios, o que faz das cerve-jas de guarda ótimas cervejas de inverno também.

Como você já deve ter notado, o tempo é um fator fundamental. Assim como temperatura. Para progredir bem, elas devem ser guardadas com cuidado, de preferência em temperaturasde adega ou frescas, entre 8°C e 18°C. Além disso, é preciso que fiquem de pé, abrigadas da luz solar e ultravioleta, sem sofrer agitação ou choques físicos. No entanto, não se engane, a cerveja é um produto vivo. E como tudo queé assim, se degrada com o tempo. O que ocorre com as cervejas de guardaé que as características positivas superam as negativas por um certo períodode tempo. Depois, é só “ladeira abaixo”.

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Como eu vou saber que ela está boa para ser consumida? Há muitos fato-res e não há fórmulas. Como cada lote de cada cerveja tem uma combinação físico-química única, o efeito dotempo também é singular. Ou seja, tudo vai depender de experimentação.O melhor para quem gosta de guardar cervejas é comprar mais de um ró-tulo de cada cerveja e ir experimentando de tempos em tempos. Algumas vezes as regras podem ser generalizadas para algumas cervejas ou para estilos, o que torna a estimativa de tempo mais viável.

Uma boa Russian Imperial Stout, porexemplo, como a DUM Petroleum ou Lohn Carvoeira, em geral evoluemmuito em até três anos. O álcool, quepode chegar até 12% nesse estilo, ten-de a ficar mais macio, arredondando, ganhando características de Jerez. O frutado produzido pela fermentação ganha contornos de frutas vermelhas, algumas vezes como cerejas. Tudo isso em uma cerveja que já é complexa, lembrando cacau, chocolate e café, com toque de caramelo e tostado,além de frutas secas e escuras, como ameixas. Uma delícia, não é?

Outro estilo bom para fazer essa ex-perimentação é o Barley Wine, como das cervejas Bodebrown Hair Of The Bode, feita em parceria com a cer-vejaria americana Hair Of The Dog. Éuma delícia jovem, imagina com maisidade. Muito frutado, como frutas secase vermelhas, com notas de maltestostados e caramelados, com corpoalto e álcool potente.

Entre os estilos belgas, o Dark StrongAle é também muito bom para envelhecer. Aqui a dica é importada: Chimay Blue. Uma cerveja feita pormonges Trapistas, complexa e profun-damente frutada, encorpada e com pa-ladar adocicado.

Lohn Carvoeira, Chimay Blue, Bodebrown Hair Of The Bode e DUM Petroleum.
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1 - Lohn Carvoeira
Estilo: Russian Imperial Stout
Embalagem: 330 ml
Origem: Lauro Müller (SC)
Teor Alcoólico: 9,5%
Preço: R$ 24 a R$ 35

2 - Chimay Blue
Estilo: Belgian Dark Strong Ale
Embalagem: 330 ml
Origem: Bélgica
Teor Alcoólico: 9%
Preço: R$ 27 a R$ 39

3 - Bodebrown Hair Of The Bode
Estilo: Barley Wine
Embalagem: 330 ml
Origem: Curitiba (PR)
Teor Alcoólico: 11,7%
Preço: R$ 28 a R$ 36

4 - DUM Petroleum
Estilo: Russian Imperial Stout
Embalagem: 355 ml
Origem: Curitiba (PR)
Teor Alcoólico: 12%
Preço: R$ 28 a R$ 39

*Os preços são aproximados segundo indicações das importadoras, distribuidoras e fabricantes. Beba com moderação.

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