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Mil dias pelas Américas: visita a Ilha Bela
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Arquivo pessoal
Ana aprecia a bela Praia do Bonete, litoral norte de São Paulo.

Por Ana Biselli e Rodrigo Junqueira.

O inverno é uma das melhores épocas para se viajar ao concorrido e belíssimo litoral norte de São Paulo. São meses em que o céu azul costuma predominar, as temperaturas são bem agradáveis durante o dia, não há muito movimento nas estradas e as pousadas e hotéis oferecem preços de baixa estação.

Foi com essas condições ideais que tivemos a sorte de conhecer um dos “picos” deste litoral, a famosa Ilha Bela. A segunda maior ilha marítima do país, perdendo por pouco de Florianópolis, ainda retém mais de 90% de sua área coberta por áreas de parques e florestas, oferecendo aos visitantes diversas possibilidades de contato com uma natureza rica e diversificada, de praias desertas a rios encachoeirados, de montanhas a baías de águas verde-esmeralda.

A ilha também oferece uma vasta gama de restaurantes e pousadas para todos os gostos e bolsos, especialmente na sua costa oeste — voltada para o continente, onde se concentra a sua porção urbana.

O que protegeu essa maravilha da natureza do desenvolvimento desenfreado e das hordas de turistas são os famosos três “Bs”: balsa, barro e borrachudos. Protegeu e continua protegendo, principalmente o último deles. O acesso principal continua sendo por balsa. Nesta época do ano, o transporte é bem eficiente, mas no auge do verão, esperas de 4-5 horas ainda são bem comuns. Exceto para os mais “bacanas”, que seguem de helicóptero. O barro, atualmente, incomoda só nas estradas periféricas já que as estradas principais estão todas asfaltadas.

Arquivo pessoal
Rodrigo aproveita para se banhar no litoral paulista.

Nessa época, pelo menos quando as mudanças climáticas globais perdem o fôlego, o normal é um tempo seco e mesmo nas estradas periféricas não há muito barro. Quanto aos borrachudos, bem, estes continuam lá, pelo menos quando nos afastamos do centro. O remédio é usar muito repelente.

Nossos dias na Ilha Bela foram sensacionais. No início ficamos hospedados numa casa ainda em construção, de parentes. A vista para a baía de São Sebastião, que separa a ilha do continente, com uma visão de mais de 180 graus do mar azul era indescritível. Aproveitamos para conhecer as praias voltadas para o continente, com mar calmo e boa infraestrutura, sempre com bons restaurantes por perto. Fomos também à praia do Jabaquara, na face norte da ilha, enfrentando uma estrada miserável e os borrachudos que nos esperavam de braços, pernas e bocas abertas. A beleza do local fez valer o sacrifício.

Mas o ponto alto de nossa estadia na ilha foi, sem dúvida nenhuma, a nossa ida à Praia do Bonete, do lado sul da ilha. Para chegar lá, uma caminhada de 12 km pelo meio da mata atlântica, sempre na sombra, atravessando rios de água cristalina e refrescante, cheios de cachoeiras. A trilha na verdade já foi uma estrada, que já está fechada para carros há quase duas décadas.


Ana curte uma magnífica vista para o Canal de São Sebastião.

O prêmio para quem faz essa caminhada, que por si só já vale o programa, é chegar a esta praia perdida da civilização e do século XXI, onde não há telefone, celular e a luz é fornecida por geradores. Lá há uma simpática comunidade de pescadores, muitos descendentes dos antigos piratas que assolavam a região até o séc XVIII. O mar é incrivelmente claro e verde, emprestando um certo ar caribenho à baía. Dizem que pode ficar violento também mas, no período que lá estivemos, parecia uma lagoa.

Lá ficamos por dois dias, nos dividindo entre o mar e os rios, a água salgada e a doce, a praia e as ruas de areia da comunidade. Tudo isso somado ao conforto e charme da nossa pousada fizeram esses dias os mais especiais desde há um bom tempo. Aproveitamos para aprender como se conserta redes de pescadores e a admirar as canoas pintadas que são a marca dessa comunidade. Viva o Bonete!

Partir foi bem triste. O que nos animava era saber que refrescantes cachoeiras nos esperavam no meio da trilha. E quando chegamos à Fiona no estacionamento e à área de sinal de celular, ele não parava de apitar. Era a notícia que esperávamos, que chegou meio adiantada. Nossa sobrinha tinha nascido, cheia de saúde, lá em Curitiba.

Era o “gran finale” de uma semana tão especial. No dia seguinte, cedinho, viemos direto para a capital paranaense e aqui, para o apartamento onde a pequena Luiza aguardava para conhecer os tios orgulhosos.

Arquivo pessoal
Pausa para fotos na caminhada pela Mata Atlêntica

Nossa próxima semana é por aqui, resolvendo burocracias, recuperando o fôlego e, acima de tudo, curtindo essa linda menina que está apenas iniciando uma viagem muito maior do que a nossa. Que seja uma viagem cheia de aventuras e alegrias também para nossa querida Luiza!

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