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Minha Crítica no Guia: “Farsa da Boa Preguiça”
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O leitor Luiz Mar Nunes da Silva Junior, 30 anos, analista financeiro, conferiu o espetáculo Farsa da Boa Preguiça, no Festival de Curitiba. Ele enviou ao Guia Gazeta do Povo o que achou da montagem. Confira abaixo o texto na íntegra:

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Sentimento de saudade e tristeza, pois o Festival já estava acabando. Foi assim que me dirigi ao Teatro Positivo para ver, o que foi na minha opinião, uma das melhores apresentações do Festival de Curitiba esse ano.

Tive a oportunidade de conferir de perto a peça Farsa da Boa Preguiça, que foi inspirada na obra de Ariano Suassuna. O espetáculo foi uma comédia escrita com base em romances e histórias populares do Nordeste. E como todo auto que se preze, Deus (representado por um Cristo, um arcanjo e um santo) e o diabo (representado por demônios) mandam e desmandam na vida dos seres humanos, temperado com o cair ou não no pecado. A trama se passou em versos rimados, o chamado teatro do verso.

A mistura de repente com poesia ajudou a entrar no mundo de Joaquim Simão, um típico nordestino preguiçoso metido a poeta cuja fraqueza era mulher. Casado com a apaixonada Nevinha, Simão é vizinho de Aderaldo Catacão e de sua esposa, a falsa intelectual e “amante” da cultura popular, Clarabela. Os dois representaram muito bem o que seria uma burguesia capitalista descrente em Deus.

No palco, diante das mais hilárias confusões, os atores cantaram, dançaram e tocaram algum instrumento. Além disso, eles manipularam mamulengos, típico fantoche do Nordeste, que representou cada personagem com características físicas de cada ator. Sem dúvida, isso deu toque todo especial à apresentação.

Destaque à atriz Bianca Byingnton. Após sofrer um acidente durante a semana, ela não relutou em participar da peça e representou a personagem Clarabela sentada em uma cadeira de rodas. Indiscutivelmente, mesmo com problemas de locomoção, ela foi a dona do belíssimo palco do teatro.

Com certeza, em diversos momentos, os versos marcantes da obra tiraram da plateia curitibana a preguiça de pensar. Foi uma festa à cultura popular brasileira, um destaque a toda grandiosidade mítico-religiosa de nossa cultura. Uma homenagem ao modo de ser e da criatividade do povo brasileiro.

Por isso, não foi de surpreender os quase dez minutos de palmas aos atores, à peça, à obra e principalmente ao mestre Ariano que estava presente e assistiu de perto ao espetáculo.



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