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Uma das cenas mais bizarras que eu já presenciei em um estádio de futebol foi Jorjão jogando de centroavante em um Atletiba. Foi em 1995, Pinheirão, Campeonato Paranaense. Era o primeiro Atletiba após o Chocolate da Páscoa, o 5 a 1 para o Coritiba que fez o Hussein Zraik renunciar e o Petraglia assumir o Atlético. O Coxa não perdia para o Atlético desde 92. Carpegiani entendeu que poderia vencer o clássico na bola alta. Por isso escalou o zagueiro central de centroavante. Fracassou. O Atlético venceu, 1 a 0, gol de Edenílson Pateta.

O Jorjão não era mal zagueiro. Era da mesma fornada do Hélcio e do Pachequinho, virou titular no Paranaense de 90. Permaneceu no Alto da Glória até o fim de 95. Era o que o Vanderlei Luxemburgo batizou de zagueiro-zagueiro. Jogava sério, muito chutão e chambão, pouca “palhaçadinha” (copyright Papai Joel). Deu o azar de ter pego uma fase braba do Coritiba. E deu o azar de ter sido escalado como centroavante pelo Carpegiani em um Atletiba. Virou folclore.

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Faço essa introdução para falar da possibilidade de Fransergio ser escalado como centroavante. Hipótese, por enquanto, restrita ao jogo com o Flamengo, pela Sul-Americana. Mas que não deve ser descartada para o clássico.

Fransergio foi usado na função contra o Cruzeiro. Renato justificou pela falta de opção. Uma verdade conveniente para o treinador. Há tempos o Atlético sente a falta de um 9, reclamação recorrente dos últimos técnicos. Renato levou a reclamação a um novo patamar.

Ao improvisar um volante no ataque, passa o recado de que não há opção razoável no elenco, cria um desconforto para a diretoria, que é obrigada a agir rápido para acabar com a solução mambembe. E acaba usando Fransergio como boi de piranha. Para o volante, duramente criticado por causa da sua irregularidade nos dois últimos anos, o que vier acaba sendo lucro. Se der certo, descobre uma nova função. Se der errado, não fica muito pior do que estava. O perigo é virar personagem de mais um história folclórica do Atletiba à toa.