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Fiquei realmente surpreso com a informação trazida ontem pelo Roberson Januzzi, na 98 FM, de que o Atlético cogitou a demissão de Ricardo Drubscky após a partida de sábado, contra o Flamengo. Mudar – ou cogitar mudar – o treinador agora, com três rodadas, revela uma leitura equivocada de quem manda no clube da pré-temporada estendida: acreditou-se que treinar exaustivamente transformaria automaticamente um time de ponta da Série B em time de ponta da Série A.

Como tenho escrito aqui repetidamente, o elenco do Atlético tem duas classes de problemas: os que se resolverão com o tempo e os que precisam de ação da diretoria. Na primeira categoria, a inexperiência total de jogadores na Série A. Cléberson está melhorando. Ederson, de tanto errar o gol, estufou as redes duas vezes. E por aí vai. Na segunda categoria, a falta de um zagueiro reserva realmente confiável a ponta de virar um titular, de um concorrente para Pedro Botelho, de um 9 melhor que Marcão. Tudo isso só se resolve contratando, algo que o Atlético até fez em quantidade, mas não na qualidade necessária para subir de patamar.

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Há os erros de Ricardo Drubscky. Manter a zaga em linha é um dos mais graves. Exige dos defensores uma perfeição que, tirando Manoel, nenhum tem. Outro é a dificuldade de mexer bem no time durante a partida. No sábado, Felipe tinha de sair e Douglas Coutinho precisava entrar, mas não um pelo outro. Paulo Baier no meio daria a posse de bola necessária para explorar os arranques de Coutinho no contra-ataque. Simples assim.

Drubscky também tem seus méritos. Se o Atlético tem uma estrutura de time, é graças a ele. E não há no horizonte treinador mais capacitado para inserir os garotos do sub-23 no elenco principal.

Por fim, sempre é preciso olhar para o mercado quando se fala em troca de treinador. Os bons são caros e os baratos são ruins. Soluções caseiras também não adiantam. Alberto só poderá ser levado a sério quando parar de se comportar como cheerleader histérica na área técnica. Arthur Bernardes colecionou barbeiragens mais graves que as de Drubscky na beira do campo. Antônio Lopes, ele mesmo disse, é um técnico aposentado. Embora pareça claro que em algum momento desse Brasileirão veremos o Delegado no banco de reservas do Atlético, o que só pode ser uma piada. Tão sem graça quando demitir Drubscky nesse momento.