Aconteceu de novo. Jogadores do Paraná vieram a público reclamar de salários e premiações atrasados no clube, em uma nota oficial aberta, honesta e assinada por todos. E, como é comum neste casos, não faltou gente para criticar o elenco, acusar os atletas de desrespeitar o clube.
Se há algum desrespeito nessa história é da diretoria do Paraná com os jogadores e com o próprio clube. Com os jogadores por simplesmente ter assumido um compromisso financeiro que não cumpriu. Se compôs a folha de pagamento pensando em receitas futuras, foi imprudente. Se teve alguma perda de receita pelo caminho, falhou ao não ter um plano B na manga.
Com o clube, por novamente expor o Paraná à situação de ser cobrado publicamente por atraso de salários. Realça uma imagem de que o Tricolor não é um clube sério. De quebra, joga no lixo parte da credibilidade construída ao longo do ano, muito nas costas de Ricardinho. O bom trabalho feito no primeiro semestre mostra-se um castelo de areia que ruiu exatamente no mesmo período das gestões de Aquilino, Aurival, Miranda e assim por diante.
O torcedor, claro, pode questionar por que em outros clubes não acontecem manifestações similares, sendo que o atraso de salário é um problema generalizado no futebol. Sinceramente, acho que o problema está nos outros elencos, que não têm coragem ou o mínimo de capacidade de articulação para vir a público cobrar o que é seu direito receber.
Portanto, se você, paranista, está criticando os jogadores por cobrarem os salários publicamente, mude o alvo. A culpa pela exposição do Paraná neste momento é da diretoria que não paga, não do elenco que cobra. Na dúvida, é só se colocar no lugar dos atletas e imaginar se as contas da sua casa começassem a atrasar porque o seu salário está atrasado há dois meses. E não me venha com a velha história de que futebol é diferente. Quem pensa assim não tem o direito de cobrar profissionalismo de técnico e jogadores.
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