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2012 começa hoje para o Coritiba. O clube se apresenta com um elenco pronto. Onde houve baixas já foi feita a reposição e onde ainda é possível haver perda a diretoria trouxe um substituto. Pronto, mas não necessariamente melhor que o de 2011. No papel, o saldo entre partidas e chegadas é negativo. Há uma temporada inteira pela frente para inverter esta relação. Uma tarefa menos árdua para quem consegue manter a base de um ano para o outro.

No ataque houve ganho. Sai Bill, entra Marcel. Os dois jogadores têm características parecidas, mas Marcel tem melhor domínio de bola e é melhor no jogo aéreo. O melhor momento de Marcel foi muito superior ao melhor momento de Bill. O problema é que o melhor momento de Marcel foi há nove anos, o que o coloca definitivamente na categoria de jogadores medianos que tiveram uma boa fase. Ainda assim, é melhor que Bill.

Na lateral direita, uma incógnita. Jonas foi a grande surpresa do Coritiba ano passado. Chegou despercebido para ser reserva. Só virou titular porque Maranhão apresentou-se machucado. Acabou sendo um dos jogadores mais importantes da equipe e terminou 2011 valorizado. Jackson chega quase na mesma situação. Fez uma Série B interessante no Boa, com quatro gols e uma assistência. Despertou o interesse de Grêmio e Inter, foi sondado por clubes do exterior. Agora, está na temporada em que precisa mostrar que é realmente um bom jogador, não apenas mais um foguete molhado. Uma aposta, como foi Jonas.

No meio-campo a perda é maior. Leandro Donizete foi um dos símbolos do Coritiba nos últimos anos. Por marcar em todos os cantos e ainda aparecer no ataque, passei a dizer que ele na verdade era dois, o Leandro e o Donizete. Bem, os dois vão embora. Há a justificativa de que, com 29 anos, dificilmente ele conseguiria uma boa negociação mais adiante e é preciso levar em consideração que em 2011 Leandro Donizete passou bastante tempo no departamento médico, mas a perda é inegável. Tanto em campo quanto no coração da torcida.

O mesmo vale para Léo Gago. Ele foi o melhor jogador do Paranaense. O Coritiba das 24 vitórias jogava no seu ritmo. Depois, Léo e o time começaram a oscilar. E Léo Gago também passou muito tempo no departamento médico, a conta que se cobra de quem, perto dos 30 anos, tem o jogo muito dependente da potência física.

Tanto para Donizete quanto para Léo Gago a reposição foi inferior. Willian e Júnior Urso, os novos titulares, não são tão bons quanto eles. E Emerson e Lima, os novos reservas, não são tão bons quanto os antigos reservas. Emerson, 19 anos, é da mesma geração que Fernando e Leandro. Fernando é titular absoluto do Grêmio. Leandro chegou a ser comparado exageradamente com Neymar, caiu de produção e agora deve ter uma evolução mais constante. Emerson parou de evoluir e é como um garoto que parou de evoluir que ele chega ao Coritiba. Lima tem 20 anos e foi dispensado da base do Fluminense, onde também não deixou muita saudade. Também tentará um recomeço no Alto da Glória. A questão que fica é: por que não dar essa chance a garotos do próprio clube? Djair ficou na boca para jogar a final da Copa do Brasil e não mais voltou a ser utilizado. Até uma nova chance a Marcos Paulo faria mais sentido.

Um dos principais méritos de Felipe Ximenes no Coritiba foi uniformizar o trabalho em todas as categorias, algo que se perdeu em meio ao sucesso de garotos como Adriano, Miranda, Rafinha, Keirrison, Henrique e Pedro Ken. Mas essa base reorganizada precisa mandar bons jogadores para o profissional. Lucas Mendes foi o único jogador que subiu e se firmou no time principal em 2011, ainda assim com algumas dificuldades durante o ano.

Os outros dois reforços chegam para posições em que ainda pode haver baixa. Renan Oliveira (mais um garoto formado em outro clube cujo desenvolvimento estagnou e que tentará dar uma guinada na carreira) é opção para a saída provável e bem-vinda de Marcos Aurélio. Disputará posição com Everton Costa.

Lincoln é armador como Davi (ainda não renovou) e, embora a função seja diferente, acaba disputando espaço também com Tcheco. Fez um bom Brasileiro no Avaí após uma passagem cheia de problemas pelo Palmeiras. Na teoria, são três para a mesma posição. Na prática, mesmo que Davi fique, é possível que Marcelo Oliveira tenha apenas um à disposição em várias partidas por causa de contusões.

Jéci ainda pode sair para o futebol japonês. Pereira e Luccas Claro estão na fila. Pouco importa. Ao lado de Emerson, até Pablo Esmerode jogaria bem.

Vilson Ribeiro de Andrade disse que o elenco ainda não está fechado. Ótimo, principalmente se isso se referir à lateral esquerda (setor mais vulnerável da equipe) e à reposição de Rafinha (Everton Ribeiro não dá). E ainda há a mudança necessária de postura do time, em 2011 um leão feroz no Couto Pereira, mas fora dele manso como um destes simpáticos gatinhos que fazem peripécias no YouTube. Não será no Paranaense que o Coritiba comprovará que mudou de postura, mas Marcelo Oliveira precisa trabalhar desde já essa mudança de voltagem.

Por enquanto, é possível dizer que o Coritiba deu um passo atrás em relação a 2011. Basta ver se o clube conseguirá dar dois para a frente.

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