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Colaboração do colega Marcio Campos, do blog Tubo de Ensaio:

Religiosos seguem criticando Dilma
A tal “Carta ao Povo de Deus” escrita por Dilma Rousseff definitivamente não colou. Depois do bispo de Guarulhos, que escreveu um artigo orientando os fieis a não votarem em Dilma (o texto foi posteriormente censurado no site da CNBB), outros líderes católicos partiram para o ataque, pelos mesmos motivos. Primeiro foi o bispo de Oliveira (MG), dom Miguel Ângelo Ribeiro, autor do artigo “Não Matar”. Mas, após o bispo mineiro, veio uma manifestação em massa. No fim do mês passado, a Comissão de Defesa da Vida da Regional Sul 1 da CNBB (que engloba todo o estado de São Paulo) lançou o “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, em que recorda todas as iniciativas tomadas pelo Partido dos Trabalhadores em favor da legalização do aborto. Os dois textos já foram reproduzidos em inúmeros sites e listas católicas e ganharam apoio de vários outros bispos.

A movimentação dos católicos não se restringe aos bispos. No começo desta semana, um grupo de leigos lançou uma campanha de orações em que as pessoas, enquanto rezam o terço, devem acrescentar uma curta oração dizendo “Nossa Senhora Aparecida, livrai o Brasil do flagelo do comunismo!” Segundo os organizadores, o objetivo é muito mais amplo que simplesmente impedir a vitória de Dilma, embora também inclua a derrota petista nas urnas.

Mas o maior fenômeno da internet envolvendo a oposição de líderes religiosos à candidatura petista é o vídeo do pastor Paschoal Piragine Jr, da Primeira Igreja Batista de Curitiba. O filme no YouTube já teve mais de 700 mil acessos.

As informações do pastor Piragine estão quase todas corretas. Na verdade, Luiz Bassuma e Henrique Afonso não foram expulsos pelo PT; eles perderam seus direitos partidários. Uma espécie de “assédio moral” partidário, já que os deputados acabaram pedindo para sair do partido. E eles não são católicos: um deles é espírita e outro é protestante. O PT não gostou. Segundo esta matéria da rádio CBN, o presidente da sigla no Paraná, Ênio Verri, promete ações jurídicas contra o pastor e alega que a saída dos dois deputados ocorreu por outras questões, o que não é verdade (basta verificar todas as notícias publicadas na época da polêmica envolvendo o deputado e a própria interpelação feita pela Secretaria Nacional de Mulheres à Comissão de Ética do PT).

Coincidência ou não, depois que o vídeo do pastor Piragine virou um sucesso, a candidata Gleisi Hoffmann lançou uma “Carta ao povo cristão”, em que se posiciona contra o aborto e contra a “criminalização de um padre ou pastor que, por convicção ou por crença, se coloca contra a prática do homossexualismo”. A carta de intenções é bonita, mas faltou a candidata mostrar como ela conseguirá defender essas posições se o partido a que pertence tem como plataforma justamente o oposto do que Gleisi afirma.

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