No dia mesmo em que Fabio Camargo foi eleito para o Tribunal de Contas parecia certo que o caso ia dar problemas no Judiciário. Ficou óbvio para quem viu a sessão que o regimento não havia sido cumprido: teria sido necessário um segundo turno entre Fabio Camargo e Plauto Miró Guimarães, já que nenhum dos dois chegou a 28 votos.
O que mais estranha é que evidentemente Camargo levaria de qualquer jeito. Tinha conseguido 27 votos no primeiro turno. E isso que ele mesmo decidiu não votar. Ou seja: só somando o voto dele, caso decidisse votar no segundo turno, e ele estaria eleito de qualquer jeito. Estranhamente, porém, a Assembleia decidiu declarar a vitória (inexistente) no primeiro turno, dando margem para a contestação.
A decisão da desembargadora Regina Portes não poderia ser outra. Há um problema claro na eleição do conselheiro. A saída seria fazer uma nova eleição. Fabio Camargo poderia concorrer de novo. Mas o problema é que agora ele perdeu todos os trunfos que tinha. Não tem mais o mandato de deputado estadual. Seu pai não é mais presidente do Tribunal de Justiça. E obviamente não existe interesse do governo em apoiá-lo de novo.
Talvez no momento da eleição todos imaginassem que não haveria contestação até porque Clayton Camargo, à época à frente do TJ, era visto como o homem forte do momento, capaz de solucionar qualquer questionamento. A situação, porém, mudou rapidamente. Agora, parece altamente improvável que Fabio Camargo consiga qualquer vitória nesse processo. O caminho será outra eleição para conselheiro. E Plauto parece ser o candidato da vez. De novo.
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