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Aécio Neves e outros implicados pela Odebrecht deram agora de dizer que existe o caixa 2 republicano. Uma tese parecida com a defendida pelo PT na época do mensalão. Na época o Partido dos Trabalhadores falava que a grana não era desviada: eram “recursos eleitorais não contabilizados”.

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É uma tucanagem da propina. Qualquer um sabe que o dinheiro de caixa 2 não entra no caixa 1 porque existe um motivo para isso: o dinheiro é sujo. Ou foi ganho ilicitamente ou é dado ilicitamente para que a empresa receba dinheiro público lá na frente. É a compra da amizade com quem tem a chave do cofre (e cofre de dinheiro público).

O mais normal é que seja as duas coisas ao mesmo tempo. Por um lado, o empresário dá aquilo que já não teria recebido de qualquer jeito. É o que recebeu pela obra que nem deveria ter ficado com ele. É o caso da “Conta Italiano”. Palocci deu a obra de R$ 1 bi para a Odebrecht e ficou com R$ 200 mi de crédito para pagar contas do PT.

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Quer dizer: Palocci deu R$ 1 bilhão vírgula. Quem deu o bilhãozinho suado fomos nós. E por ter desviado o dinheiro, Palocci ganhou a liberdade de decidir quem do PT se elegeria para qual cargo. É a compra de mandatos.

“Ninguém dá dinheiro. Se fosse dele, não dava”, ensina um experiente gestor público paranaense com passagem em várias campanhas. “Se fosse dinheiro limpo, entrava no caixa um. Até porque não existia limite, teto.”, explica.

O empresário não dá caixa dois porque é tímido e não quer aparecer na contabilidade. O que ele quer é que não liguem a doação com a obra que ele vai ganhar, chunchada, lá adiante. No caso de Aécio Neves, por exemplo, há denúncias de compra da obra da Cidade Administrativa em Belo Horizonte.

Acreditar no “caixa 2 republicano” de Aécio Neves ou de qualquer outro denunciado na Lava Jato é como acreditar num e-mail que promete milhões de uma milionária nigeriana que precisa doar a fortuna dela – basta você depositar um dinheirinho adiantado e tudo vai dar certo.

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