Aécio Neves e a autofagia no PSDB

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O desempenho pífio de José Serra em Minas Gerais foi uma das causas de sua derrota para Dilma Rousseff. Ele ficou com um déficit de 1,8 milhão de votos por lá. e isso não era esperado. Principalmente porque Aécio Neves manda no estado: além de se eleger senador com facilidade, após dois mandatos no governo, conseguiu fazer o sucessor e emplacar um senador aliado.

Serra agradeceu a muita gente pelo esforço. Não agradeceu a Aécio. Faz sentido. É mais do que provável que Aécio tenha mesmo feito corpo mole em Minas. Para quê? É óbvio, para facilitar seu próprio caminho até a Presidência.

Aécio é candidatíssimo em 2014. Mas, se Serra vencesse, teria direito a disputar a reeleição. Assim, para ele, num projeto bastante egoísta, seria melhor que Serra perdesse agora. Foi isso mesmo que aconteceu? É o que os números parecem mostrar. Mas só Aécio poderia dizer.

O neto de Tancredo é bom em sabotar o próprio partido. Em 2008, por exemplo, incentivou Geraldo Alckmin a, contra toda a lógica, disputar a prefeitura de São Paulo, enfrentando o aliado Gilberto Kassab. Se Alckmin ganhasse, seria um candidato a menos à Presidência em 2010, restando a Aécio derrubar apenas Serra. Alckmin perdeu e ficou ainda mais enfraquecido. Aécio, novamente, ganhou com a derrota do partido.

Fernando Henrique sempre elogiou a capacidade de articulação do governador mineiro. Dizia que ele dava nós em qualquer um. Se bobeasse, até no próprio Fernando Henrique.

No entanto, a habilidade de Aécio em derrubar seus próprios correligionários pode em breve se voltar contra ele mesmo. Afinal, ele agora parece ser o único presidenciável do PSDB com alguma viabilidade para a próxima disputa. Mas quem vai apoiá-lo no partido. Alckmin? Serra? Acho que não.

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