Beto Richa. Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná.| Foto:

O acordo que leva o governo do Paraná a quitar R$ 550 milhões com professores da rede pública pode parecer mais um fardo para Beto Richa. Pelo contrário. O governador poderá usar a história como argumento político e, o que é melhor, sem tirar um centavo do caixa.

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A história da dívida vem desde o governo Alvaro Dias, em 1989. Agora, depois de 28 anos, governo e professores, com intermediação do TRT, chegaram a um acordo. Quem aceitar um desconto de 40% na dívida recebe o dinheiro já, furando a fila dos precatórios.

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Para professores aposentados com um salário mediano (e muitas vezes ruim) não deixa de ser importante. E para o governo, não chega a ser um peso. Se o dinheiro saísse do caixa, sim: equivale a 1% do orçamento anual. MAs há quase R$ 1 bi depositado numa conta para isso.

Prioridade

Na divulgação do acordo, Richa já aproveitou para dizer como isso reforça a ideia de que seu governo tem a educação como prioridade. “É mais uma demonstração de como o nosso governo prioriza a educação”, disse o governador.

Para Richa, que pode vir a disputar um mandato de senador no próximo ano, isso é importante eleitoralmente. De acordo com as contas do governo, serão beneficiados com o acordo até 33 mil professores – caso todos aceitem receber agora, sem esperar para ter acesso ao valor integral.

Isso significa não apenas tentar reconquistar essas pessoas como também suas famílias: o que significa provavelmente um exército de 100 mil eleitores justamente na categoria que mais tem vivido às turras com o governo de Richa – sem contar pessoas que possam ser influenciadas pelos professores, como seus alunos e amigos.

Histórico

O histórico de Beto com a educação teve altos e baixos. No primeiro mandato, o governador deu um aumento real significativo para a categoria, equiparando os professores a outras profissões que exigiam diploma no serviço público. No entanto, depois da reeleição, tudo mudou.

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O ajuste fiscal e, especialmente, a reforma da previdência, desagradaram os sindicatos e a categoria, que entrou em greve. O ápice do enfrentamento veio no famigerado 29 de abril, quando 213 pessoas apanharam da PM durante a votação do pacotaço na Assembleia.

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