Beto Richa se livrou de um processo com Sergio Moro. Tendo em vista a fama do juiz, o ex-governador deve ter ficado mais empolgado que o Galvão Bueno em véspera de Copa. Mas é cedo para isso.
Em primeiro lugar, o caso da Operação Integração, que envolve desvios no pedágio e uma suposta delação do ex-diretor do DER, não sumiu. Só mudou de vara. Mas segue na Justiça Federal, o que está longe de ser um salvo-conduto para alguém.
O caso segue sendo investigado pelos mesmos procuradores federais, que apresentarão ao novo juiz as mesmas provas que apresentariam a Moro. Se o padrão de julgamento será diferente? Essa é a incógnita.
Em segundo lugar, há mais um caso de Beto com Moro. E esse, em certo sentido, é mais perigoso para Beto, porque não se trata de “mera” delação. Há um áudio de seu braço direito, Deonilson Roldo, combinando uma licitação para que a Odebrecht levasse um contrato de R$ 7 bilhões.
Até onde se pode saber das decisões do juiz – que não fala com a imprensa, ou só raramente – Moro não pretende abrir mão desse processo. O caso ficaria com ele até o fim, independente de haver ou não sobrecarga de trabalho.