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Guilherme Boulos. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.
Guilherme Boulos. Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo.| Foto:

O último debate presidencial na Globo, na noite desta quinta-feira, mostrou o bom nível da discussão entre sete dos oito candidatos que disputam com maior chance o direito de governar o país. Com poucas exceções, os candidatos conseguiram fazer discursos coerentes e falar de propostas importantes para o Brasil.

No entanto, não há dúvidas de que o destaque da noite ficou para uma fala de Guilherme Boulos (PSol), um candidato que não tem a menor chance de vencer a eleição, nem nunca teve. Mas que foi o único a tratar do tema de fato mais importante para o país neste momento.

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Ao receber uma pergunta de Fernando Haddad (PT), Boulos disse que preferia falar de outro tema. E começou um belo e emocionado discurso sobre os riscos de o Brasil voltar a viver uma ditadura caso Jair Bolsonaro (PSL) vença as eleições.

Falou sobre seu sogro torturado, sobre as mortes e sobre todos os outros horrores de 1964, que os demais candidatos e a imprensa deixaram de associar a Bolsonaro, um admirador confesso do regime e de seus operadores mais vis.

Boulos deve fazer poucos votos. Mas se mostrou uma liderança importante neste momento. E, principalmente, não se omitiu na hora grave vivida pelo país.

Leia a íntegra do que Boulos disse:

“Eu quero falar aqui de outra coisa que eu acho que não merece riso, porque o momento é grave. Não dá para a gente fingir que está tudo bem: nós estamos há meses fazendo uma campanha que está marcada pelo ódio, faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura, muita gente morreu, muita gente foi torturada, tem mãe que não conseguiu enterrar o seu filho até hoje. Outro dia eu conversava com meu sogro e ele contava das torturas que sofreu durante a ditadura militar. Faz 30 anos, mas eu acho que a gente nunca esteve tão perto disso que aconteceu naquele momento. Se nós estamos aqui hoje podendo discutir o futuro do Brasil, é porque teve gente que derramou sangue para ter democracia. Se você vai poder votar no domingo é porque teve gente que deu a vida para isso. E, olha, quando eu nasci, o Brasil estava numa ditadura; eu não quero que as minhas filhas cresçam no país com uma ditadura. Sempre começa assim, com arma, com tudo se resolve na porrada, que a vida do ser humano não vale nada. Eu acho que nós temos que dar um grito nesse momento, colocar a bola no chão e dizer: ditadura nunca mais.”

O vídeo está disponível aqui, a partir de 27’30”.

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