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A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), diz que o PT não cogita trocar de candidato mesmo após a condenação de Lula e que a ideia de que Fernando Haddad poderia ser o presidenciável da legenda é um “enxerto”. Leia entrevista exclusiva ao blog:

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Antes do julgamento no TRF, a sra. dizia que o PT acreditava na seriedade de dois desembargadores, mas todos votaram pela condenação de Lula. Isso enfraquece o discurso de que houve um conluio?

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Não enfraquece. E houve mesmo esse conluio. Prova disso é a homogeneidade dos três votos, que foram iguais nas premissas, nas conclusões e na dosimetria. Isso é muito raro. Pode acontecer num julgamento mais simples e com provas cabais. Esse é um julgamento complexo e em que só há indícios. Achávamos mesmo que os dois desembargadores podiam restabelecer o Estado de Direito, mas isso não aconteceu e vamos pedir a nulidade do julgamento.

O PT tem insistido que a investigação e o julgamento de Lula se dão de maneira contaminada. Mas o que levaria todos os procuradores, o juiz de primeira instância e os desembargadores a terem todos o mesmo interesse de agir contra o ex-presidente? Haveria alguém coordenando isso, no ponto de vista de vocês?

O Sergio Moro certamente é coordenado. É queridinho da Globo, faz fotos com políticos de partidos adversários do PT, está o tempo todo recebendo homenagens, prêmios. Os desembargadores votaram pelo corporativismo, para dar razão ao Judiciário de primeira instância.

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Desde a condenação do Lula em segunda instância, fala-se na mídia sobre um plano B do PT, que poderia ser Fernando Haddad. Como a sra. vê isso?

Não existe isso. Isso é um enxerto. Coisa que pessoas de fora do partido estão falando. O PT não cogita trocar de candidato. Nosso pré-candidato é o Lula.

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Se a gente imaginar que o Lula pode até ser preso e que, se eleito, poderia haver um momento de grande instabilidade, não seria mais responsável o partido pensar em outras soluções?

Mas somos nós que temos que compensar isso? Quem rasgou a lei, a Constituição, quem acabou com o Estado de Direito não fomos nós. O Lula é inocente. Instabilidade quem criou foi quem condenou o Lula sem provas. E agora somos nós que temos que recuar? Eles fazem isso porque querem uma eleição sem Lula, que pra eles é muito mais fácil de vencer. Eles sabem que nem o PT nem qualquer outro partido de esquerda tem uma liderança tão forte. Querem uma eleição em que só se escolhe a carinha do presidente, mas os projetos são todos o mesmo.

Mas a postura de um estadista, num momento desses, não poderia ser a de recuar pára garantir a estabilidade do processo, indicar outro candidato, por exemplo?

A postura de um estadista é lutar pelo seu povo. E o Lula não é candidato só do PT, é candidato de milhões de brasileiros. A obrigação do PT é proteger o Lula e a candidatura dele.

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