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Não é incomum que uma única imagem marque uma carreira política para sempre. Pense em Itamar Franco ao lado da modelo Lílian Ramos. Sergio Cabral com o lenço na cabeça. José Serra fazendo cara feia para tomar vacina. (Na verdade, Serra é um campeão de imagens do gênero.)

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A foto que Alexandre Mazzo, da Gazeta do Povo, fez do casal Richa certamente há de perseguir Fernanda e Beto por décadas. E, tanto quanto a prisão, tem potencial para acabar com a carreira política dos dois.

A imagem mostra Beto Richa (PSDB) em primeiro plano e Fernanda ao fundo. Os dois estão no banco de trás de um carro, uma Blazer que os transportava da sede do Gaeco para suas celas, na Cavalaria da PM. De início, não há como saber que se trata dos dois.

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Beto está com uma jaqueta de couro preto. Aparentemente tem um capuz cinza, ou algo parecido na cabeça. Mas não se vê direito porque ele está abaixado. Faz todo o esforço possível para pôr a cabeça entre os joelhos e não ser visto.

Atrás, Fernanda está com uma japona clara, mãos no banco da frente, na mesma posição do marido, como quem estivesse evitando ser vista pela janela – tanto por fotógrafos como pela população, depois que o carro se pusesse em movimento.

A foto lembra qualquer imagem que você já viu de presos comuns escondendo o rosto com o que têm, à disposição: blusas, gorros, chapéus, com as próprias mãos. Tudo para evitar o vexame de serem vistos na situação constrangedora de terem sido pegos em ação.

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Para uma pessoa qualquer, é um vexame. Para quem por mais de uma década viveu literalmente em palácios, um terror. Para quem depende da imagem para viver, é o fim.

Uma foto como essas, para a imagem pública de Beto, é pior do que mil bombas no 29 de abril. Muito pior do que se ele tivesse mantido a cabeça para cima e mostrado o rosto. Pareceu simplesmente um bandido comum evitando ser reconhecido.

Para ele e para todo o estado, é uma imagem triste.

Para futuros governantes, é um alerta. Juízo, ou sabe-se lá quem vai terminar 2022 numa foto como essa.