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Marina pode reclamar do país cartorial, mas tem de seguir a regra
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Marina

Marina Silva conseguiu provar mais uma vez ontem que o Brasil é um Estado cartorial. As assinaturas que validariam seu partido não foram avalizadas pelos cartórios. E isso foi suficiente para que os apoios de mais de 400 mil brasileiros fossem jogados no lixo.

Durante o processo, Marina disse mais de uma vez que a sua Rede Sustentabilidade não poderia pagar o preço da demora da burocracia brasileira. O partido havia apresentado o número necessário de assinaturas dentro do tempo. A Justiça é que estava demorando.

Faz sentido. Mas há dois pontos, pelo menos, que é preciso considerar ao analisar o argumento de Marina. Em primeiro lugar, outros partidos que aparentemente têm muito menos mídia e apoio conseguiram na semana anterior seus registros. Com a mesma estrutura cartorial, cumpriram o que a lei exigia e dentro do prazo. Se Marina demorou a começar a coleta, a culpa, pelo menos parcialmente, é dela.

Em segundo lugar, é esse país cartorial que Marina quer governar. Essas são as regras do jogo. Elas são claras, públicas e fixas, como devem ser numa boa democracia. Ela sabia disso desde o começo. E começar reclamando da regra do jogo quando ela é conhecida e igual para todos pode ser muito mais um sinal de falta de capacidade de lidar com a regra.

Marina, se assumisse a Presidência, teria de jurar lealdade à Constituição que prega exatamente os preceitos que seu partido tentou burlar ao pedir um desviozinho da norma jurídica. A regra é chata? Pode estar errada? Claro. Mas não dá para querer mudar de maneira casuísta só para beneficiar a candidata.

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