O ministro Paulo Bernardo afirmou ontem no Congresso que não se lembra de todos os aviões em que pegou carona. Disse isso para justificar o fato de não ter 100% de certeza de nunca ter embarcado num avião da Sanches Tripoloni, empreiteira com quem o governo federal mantém contratos.
Segundo o ministro, ele não quer dizer que não pegou carona até para que, daqui a pouco, alguém não apareça com uma foto de “20 anos atrás” com ele embarcando na aeronave. Seria por “prudência” que ele prefere não negar.
A declaração do ministro deixa claramente uma brecha para ele dizer que não mentiu caso alguém encontre a tal foto. Mesmo porque políticos experientes sabem que, pior do que um desvio de conduta desse tipo, seria ficar com fama de mentiroso.
O ministro, porém, teria a obrigação de saber com quem pegou “carona”. Ao entrar para a vida pública, a pessoa tem de saber de quem está recebendo favores. Eles podem ser cobrados mais tarde. Por isso mesmo o ideal é não aceitá-los.
Qualquer empresa maior e mais séria tem regras de conduta. O governo federal também tem. Uma delas é a de que pessoas da alta administração não podem ficar pegando carona em aviões de particulares.
Talvez fique tudo por isso mesmo. Mas isso não quer dizer que o ministro tenha agido corretamente. Pelo contrário: no mínimo, Bernardo deveria ter sido mais cuidadoso com seu comportamento.
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