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André Vargas, preso nesta sexta pela Operação Lava Jato, sempre foi esperto. E conseguia fazer o contrário. Falava tanto, e coisas tão inesperadas, que às vezes conseguia era pegar o repórter desprevenido. Posso falar: aconteceu comigo.

Foi no começo de 2011. O caso do mensalão já tinha sido descoberto seis anos antes, mas o julgamento ainda estava por acontecer. E a grande discussão dentro do PT era se o partido deveria ou não aceitar de volta Delúbio Soares, o ex-tesoureiro que ajudou a coordenar o esquema. Ele queria se filiar novamente. Algumas alas eram a favor, outras contra.

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André Vargas já era um dos próceres petistas no Paraná. Para cumprir a pauta, liguei para ele. O deputado disse que era a favor da volta de Delúbio. E, daquele jeito dele, de quem fala demais “sem querer”, quando questionado sobre como se posicionaria a bancada paranaense, soltou a seguinte frase:

“Não falei com os deputados. Acredito que o Vanhoni, o Zeca Dirceu provavelmente seriam a favor, mas não tenho como falar com eles. O Dr. Rosinha, o pessoal da Democracia Socialista, acho que vai ser contra. O pessoal que nunca fez caixa dois.”

Evidente: minha próxima pergunta tinha que ser: então os outros fazem? Mas a frase foi tão sincera, tão incomum para esse tipo de político experiente, que fez eu me perder. Perguntei se ele estava falando sério. E a resposta foi: “Ué, acho que nunca fizeram.”

Publicamos o texto e, no outro dia, claro, os demais petistas repudiaram a declaração. Quem quiser ver a entrevista com Vargas clica aqui. A senadora Gleisi Hoffmann, por exemplo, disse: “Eu não sou da Democracia Socialista. E nunca fiz caixa 2″. Quem quiser ver as reações clica aqui.

Agora, resta saber: será que Vargas, preso, vai ser tão sincero assim?

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