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Mauro Ricardo. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.
Mauro Ricardo. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.| Foto:
Mauro Ricardo. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.

Mauro Ricardo. Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo.

A declaração do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo, de que o governo do estado estuda vender ações da Sanepar e da Copel faz voltar à cabeça dos paranaenses o pesadelo da tentativa de privatização do início dos anos 2000. Na época, o governo Jaime Lerner chegou a colocar a Copel em leilão, em um processo traumático que mobilizou uma intensa resistência.

Pelas declarações (ainda esparsas) do governo, não se trata do mesmo projeto. Agora, a ideia seria vender apenas ações “excedentes”. Ou seja: ao invés de entregar o controle das companhias para empresas privadas, vender apenas o suficiente para fazer caixa sem perder a condição de sócio majoritário.

Não há dúvida de que é algo menos radical. O governo manteria domínio sobre as empresas, pelo menos em tese. Mas a própria divisão de poder da Sanepar entre governo e seus atuais sócios privados (minoritários) mostra que nem sempre o poder de decisão corresponde à proporção de distribuição das ações. Mexendo os pauzinhos certos, os minoritários mandam muito.

Por outro lado, se é menos radical (e, nesse sentido, menos pior) do que o projeto de privatização da era Lerner, o projeto que começa a surgir na atual gestão também é pior em outro sentido. Na época da tentativa de privatização da Copel, a alegação do governo era de que o cenário era ruim e que, caso o governo federal aprovasse nova legislação para o setor, a Copel deixaria de ser rentável.

Apesar de ser pouco plausível, a explicação existia. Agora, não há qualquer pretexto ideológico ou estratégico. O governo parece simplesmente estar pensando em dispor desse patrimônio em busca de recursos. Ou seja: o estado ficou sem dinheiro e precisa vender algo para fazer caixa. Rápido. Sem qualquer motivação que não seja meramente financeira.

Não é o melhor jeito de se tomar decisões. E num estado com orçamento de mais de R$ 40 bilhões anuais, isso não deveria ser necessário.

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