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O aumento dos combustíveis na semana passada levou alguns curitibanos para as ruas. Aquela velha história: nariz de palhaço, cartazes com palavras duras e um ódio no coração contra tudo que tenha a ver com governos. No fundo, faz bem. Melhor do que se engolíssemos tudo em seco, claro.

Mas é de estranhar que esse (por menor que tenha sido) seja um raro protesto que realmente levou alguém para a rua na cidade. Normalmente, protestos contra a corrupção, por exemplo, acabam muito mais esvaziados. A cada feriadão do ano passado, por exemplo, algum movimento tentou puxar a fila. Nada.

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O aumento dos combustíveis não foi assim tão grande: 6,6% na gasolina, que é o que incomoda mais a classe média. Mesmo para alguém que gaste 100 litros por mês, vai sair R$ 30 a mais por mês. Mas, contra isso, houve protesto. Sem contar na chiadeira generalizada nesse grande porta-voz dos remediados que se tornou o Facebook.

Curiosamente, não se vê o mesmo quando se diz que ainda há milhares de pessoas na pobreza em Curitiba. Quando o prefeito deixa o cargo devendo R$ 330 milhões e sem dizer como pagar a conta. Quando um sujeito que pagou milhares de reais a uma empresa guardada por um bode assume a presidência da Câmara dos Deputados. Ou quando o posto de combustível aumenta o lucro em muito mais do que 6%.

É bom que protestemos, claro. Mas só quando pega diretamente no bolso? O resto sai bem mais caro. Renan Calheiros custa bem mais do que R$ 30 por mês a cada um de nós. Custa o dinheiro do Senado. E custa a nossa cidadania. Está na hora de pensarmos mais em política, e menos em gasolina. Alguém aí disposto a isso?

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