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PT entra em fase “paz e amor”. Mas prisão de Lula acabaria com isso
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Lula deu a senha na sexta-feira, com a Paulista lotada: voltou a ser o Lulinha Paz e Amor. O PT e os movimentos sociais que se associam ao partido entenderam o recado. A hora não é para novas exaltações, pelo contrário – para o petismo, o momento é de jogar água na fervura. Mas há um ponto que pode mudar isso e é a possível prisão de Lula.

A decisão de pedir o “restabelecimento da paz” veio logo depois de Lula ver seus áudios vazados pela Lava Jato. Neles, o ex-presidente falava grosso e dava a entender em mais de um momento que o PT devia ir para cima. Que era preciso botar medo na força-tarefa e que era preciso reagir aos “coxinhas” até na força bruta. Pegou mal.

Se Lula fosse à Paulista e dissesse que era hora de incendiar o país, podia conseguir isso. Mas reforçaria ainda mais a ideia de que ele é o responsável pelo clima de divisão do país. Seu apelo para que isso fosse contornado foi ouvido. Hoje, questionados sobre a prisão de Lula, por exemplo, petistas preferem nem comentar. “Não vamos falar sobre hipóteses. Vamos evitar acirrar ainda mais os ânimos”, diz o deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR).

Para a professora Marlei Fernandes, líder da APP-Sindicato e uma das diretoras da CUT no Paraná, a prisão de Lula, que ficou facilitada com a suspensão de sua posse na Casa Civil pelo Judiciário e pela devolução do caso para Curitiba, é o elemento que poderia incendiar de novo os movimentos sociais e o próprio PT.

“Não há nenhum indiciamento contra o Lula, ele não é réu. Não vemos qualquer motivo para um ato brutal desses”, diz Marlei. Segundo ela, os movimentos sociais “conversam” sobre a possibilidade e ela acredita que isso levaria milhares de pessoas para as ruas, dos dois lados, tanto contrários quanto favoráveis à prisão. “Estamos preocupados com o cenário político, com esse acirramento”, diz.

Na própria Polícia Federal, o cenário é comentado. E a condução coercitiva de Lula, no começo do mês, que causou verdadeira comoção no país, fez com que os policiais percebessem que a prisão, caso venha a ocorrer, vai ser tensa. A operação é vista como potencialmente perigosa, inclusive do ponto de vista da integridade física dos agentes.

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