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Os famigerados contratos de pedágio no Paraná estão se encaminhando para o final. Assinados em 1998, já vigiram por 16 anos. Faltam “apenas” nove para que sejam encerrados. Há vários caminhos possíveis a partir daí. As estradas podem voltar para o poder público (governo federal e governo do estado). Pode haver nova licitação. Ou o contrato pode ser prorrogado.

Gleisi Hoffmann disse durante a sabatina da Gazeta do Povo na semana passada que o atual governador do estado, Beto Richa, teria pedido à presidente Dilma Rousseff autorização para fazer desde já uma renovação do contrato com as pedageiras. Seria uma renovação antecipada, desde que as empresas aceitassem baixar o preço em 30%.

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Beto Richa negou veementemente que isso tenha ocorrido. Disse que Gleisi não participou da audiência entre ele e a presidente e que ela não pode saber o que se passou lá. Gleisi em seguida, na ÓTV, disse que realmente não estava na audiência, mas que ouviu relatos dos colegas de ministério.

À beira da campanha, esse é um assunto de tremenda importância. Não só porque o pedágio é realmente caro e contestado pelos paranaenses, mas porque uma prorrogação pode levar o caso para 2048, se forem dados mais 25 anos de concessão. Richa negou, e portanto já há como cobrar caso algum governante anuncie medidas do gênero.

A renovação seria o pior caminho para o pedágio local por motivos econômicos. A desculpa do governo Lerner para implantar um pedágio tão mais alto do que os que são feitos hoje pelas concessões federais, é de que a economia da época era pior, mais instável, e era preciso oferecer taxas de retorno maiores para que os empresários se interessassem.

O modelo escolhido foi uma bênção para as pedageiras. Elas já tinham o lucro garantido, e só precisavam dizer quantos quilômetros de outras estradas não pedagiadas aceitavam em seu lote. Essa era a disputa. Claro: os juros da época eram bem maiores e valia mais a pena manter o capital no banco do que fazer investimentos.

Hoje, com a economia em outro patamar, certamente valeria a pena fazer outra licitação, que conseguiria preços bem mais baixos, como mostraram as concessões feitas pelo governo federal em tempos recentes.

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No entanto, só quem pode confirmar quem está falando a verdade sobre a audiência entre Richa e Dilma é quem esteve presente. E todos, no caso, são partes politicamente interessadas… O mistério permanece.