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A denúncia feita hoje pelo governador Requião contra o ministro Paulo Bernardo é grave, claro. Mas é preciso ficar com pelo menos um pé atrás em relação a esse tipo de coisa. Requião tem costume de denunciar sem provar. Faz o show e depois fica por isso mesmo.

A denúncia é de que Paulo Bernardo estaria tentando fazer por R$ 550 milhões um ramal ferroviário que, pelas contas do estado, sairia por R$ 150 milhões, entre Ipiranga e Guarapuava. Superfaturamento, fica a insinuação.

A história não seria de hoje. O que levanta o primeiro problema. Se Requião sabia disso faz tempo, por que só falar agora? Só denuncia quando alguém pisa no calo? Enquanto a pessoa está do lado dele não é grave? Só vale a denúncia em período eleitoral?

Mas não é só: a quem denuncia cabe apresentar as provas. Eu, que faço jornalismo, sei que antes de sair acusando alguém tenho de ter fatos e provas que embasem o que estou falando.

Para Requião, tudo é mais simples. Tem grana para pagar indenizações. Tem uma tevê para fazer seu show. E manda bala. É verdade? Não é? Quem vai saber?

Fica ele de campeão da moralidade. E, veja bem, não estou dizendo que o fato tenha ou não tenha acontecido. Justamente é esse o problema. Até aqui, parece impossível saber.

Tudo o que se sabe foi que o governador ficou bravo, bravíssimo porque o ministro do Planejamento disse que o Paraná recebe poucos recursos por não correr atrás. Requião entendeu que ele teria de ir de pires na mão a Brasília pedir dinheiro e não gostou.

Na verdade, a declaração de Paulo Bernardo mostra uma situação realmente complicada. Leva mais quem chora. Mas todo mundo sabe que é assim. Quem mostra projetos, cobra, vai atrás tem mais chance de receber.

Celso Nascimento mostrou na sua coluna quantas vezes o Paraná desperdiçou dinheiro do governo federal só por não ir atrás ou se desinteressar. Depois não adianta ficar fazendo espetáculo na tevê.

Governar é negociar, é fazer projetos, é ir atrás de oportunidades. Ficar botando a boca no trombone o tempo todo é, no máximo, atividade para quem está na oposição.

Mas é fácil e mais divertido. Então, o governador vai por esse caminho. O do menor esforço.

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