O deputado federal Luís Carlos Heinze (PP-RS) está se pronunciando contra a consulta pública que a Anvisa está fazendo sobre a proibição de aditivos no cigarro.
Ou seja: ele quer que as empresas do setor possam continuar a colocar açúcares, aromatizantes, especiarias ou estimulantes em cigarros. O problema é que algumas dessas substâncias, ao serem queimadas com o tabaco, causam câncer.
Opa! Mas como alguém pode ser contra proibir um produto cancerígeno. Ah! A explicação é fácil. Heinze teve parte de sua campanha financiada por uma empresa de tabaco.
Quem trouxe o caso à tona foi o jornalista Marcelo Soares, da MTV. Ele juntou lé com cré a partir do pronunciamento de Heinze nesta quarta, na Câmara.
“Da forma como está colocada essa resolução, ela vai prejudicar toda a produção de fumo no país”, disse o deputado.
O Paraná tem a ver com isso. O tabaco burley, produzido aqui e em outros estados, principalmente no sul, é curado ao ar livre. E perde açúcar assim. A adição de açúcar serve para tornar o cigarro mais “palatável”. Senão, causaria mais irritação.
Mas a adição, na verdade, disfarça o veneno. Conforme explicou à Agência Câmara a médica Tânia Cavalcante.
“O açúcar, quando queimado, se transforma em acetaldeído. E o acetaldeído é uma substância neurotóxica e cancerígena que tem o efeito de aumentar o poder da nicotina de causar a dependência”, diz.
É sempre assim. Em nome da economia (não prejudicar a produção e venda de um produto), esquece-se o resto (como, por exemplo, a saúde de todos nós).
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