O Tribunal de Contas falou grosso como nunca. E aprovou as contas do governador do Paraná como sempre. Como na famosa história do Leopardo, os conselheiros decidiram que era preciso fazer algo diferente para que tudo permanecesse igual.
Não ensaiassem uma revolta e acabariam tendo de um dia reprovar as contas de um governo – algo que se contrapõe ao próprio propósito do cargo que ocupam.
Tudo, como acontece no final de um desenho do Scooby-Doo, graças a uns abelhudos. No caso, os conselheiros técnicos, especialmente Ivens Linhares, que insistem em julgar as coisas de acordo com a lei.
Os conselheiros políticos jamais incorreriam neste erro. Artagão de Mattos Leão deu a aula magna sobre o tema na última prestação de contas de Requião. Havia erros aos montes, mas ele disse que julgaria “com o coração”. Cordialmente, absolveu assim o homem que lhe deu o cargo vitalício.
Leia mais: TC aprova contas de Beto Richa, mas determina auditoria
Mas agora, em meio a todo esse clima de Lava Jato e descontentamento, Linhares decidiu criar uma saia-justa para os colegas. Mandou que eles abrissem olhos para o óbvio: o governo estava descumprindo tudo que eles tinham mandado fazer.
Há anos os conselheiros se esgueiram entre brechas legais para dar um jeito de aprovar as ilegalidades. Mas agora sua farsa estava Às claras. O pleno estava nu. E foi preciso gritar.
O mesmo Artagão disse que eles não poderiam mais se deixar atropelar por políticos – como ele deixou que acontecesse nos últimos 25 anos. Chega! É preciso dar um basta!
Aprove-se logo… uma auditoria! E deixemos tudo por isso mesmo.
(A plateia parece ter acreditado na encenação. Vejamos o que acontece no ano que vem, quando a criatividade terá de encontrar novos caminhos.)
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