Nas águas de Balneário Camboriú – III

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5.

A retrospectiva do Zero Hora aponta para um 2013 tumultuado e complexo, erigido em seis bases: fiscalização (a tragédia da Boate Kiss), diálogo (a renúncia de Bento XVI e a posse de um papa argentino), punição (as prisões dos mensaleiros), desconfiança (os documentos que provaram a prática de espionagem dos EUA), crença (o ano discreto da dupla Gre-Nal) e reivindicação (a onda de protestos no País, que, segundo ZH, começou em Porto Alegre em fim de março).

Na página 2, Martha Medeiros fala sobre A alma imoral, do rabino Nilton Bonder, e a expressão oferendas ao nada, de fato, muito interessante. Gosto das crônicas da Martha, apesar de suas discípulas de vinte e tantos anos copiarem-na muito mal. [Lembro agora de uma enquete pra lá de subjetiva do programa Top Top, da velha MTV, que elencava as bandas com piores fãs. Se não me engano, a lista começava com Iron Maiden, depois ia pra Raul Seixas, Belle & Sebastian, Bob Marley e coroava-se em… Legião Urbana.]

Ainda por ali, Fabrício Carpinejar faz uma tocante crônica sobre as mulheres agredidas por seus companheiros e a dificuldade para denunciá-los. “Mulheres que festejam as semanas sadias como milagres. Saúdam os momentos calmos como férias. Esmolam olhares de ternura para compensar o inferno”.

O anúncio de Feliz 2014 do Grêmio parece uma peça de David Lynch. E nem o ZH escapou da Maldição da Poupança, a tentação jornalística de dizer quanto o futuro milionário da Mega Sena ganhará por dia/mês se aplicar seu dinheiro na poupança.

Acredito no impresso como organizador da vida cotidiana. Já disse que não. Hoje digo que sim.

6.

Chego em casa. Cinco dias fora. Começo a varrer o chão, a lavar a pouca louça da pia, limpo o fogão, tiro a gordura de dentro do microondas, banheiro, tudo. Ao arrumar os vinis na estante, cai uma cartinha de amor de um álbum do Kiss chamado Rock & Roll Over, comprado num sebo da Emiliano Perneta. É com ela que encerro a turnê litorânea e dou a largada oficial para 2014. Nos vemos por aqui.

Alan

Eu quero que você saiba que existem pessoas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Existem outras com quem a caminhada se torna alegre e nossos passos leves. Só você coloca brilho nos meus olhos e mantém aceso o meu desejo de caminharmos juntos o tempo todo.

Se um dia andando pela rua centir uma leve brisa tocar seus lábios, não se assuste. É apenas minha saudade que te beija silenciosamente.

Te amo.

De sua eterna apaixonada hoje e sempre

Cris

Ricardo Pozzo