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O menino pobre que sonhava ser um craque brasileiro queria montar seu “book”. Naquele tempo a internet não passava de um embrião. Muitos jogadores compunham seu álbum com fotos de jornais e revistas, um registro importante para a carreira.

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Quando o jovem craque se transformou num dos principais jogadores do time profissional do Coxa eu não me conformava com o baixo salário que ele recebia. Muitos veteranos eram contratados ganhando cinco, seis vezes mais. Mas no campo, quem realmente dava resultado era o Alex.

A primeira grande demonstração de que, além de craque, o menino humilde seria um cara decente foi quando juntou as primeiras economias do futebol e comprou uma casa para sua mãe. Era assim: enquanto muitos jogadores compravam carrões, ele usava ônibus para dar um pouco de conforto para a família. Enfrentava a poeira das ruas sem asfalto, sem esgoto. Seu destino poderia ter sido o de muitos meninos do bairro. Mas escolheu um caminho distante da delinquência e da violência para levar comida para casa.

Não ficou nem dois anos como profissional do Coxa – de 1995 a 1997. Logo o clube o vendeu para o Palmeiras para fazer dinheiro.

Depois de sua ida para o Verdão paulista eu fui trabalhar em outras áreas do jornalismo. Mas, mesmo escrevendo sobre política, assuntos gerais ou internacional, sempre dava uma espiada como andava o pupilo pelos campos afora.

E não foram poucas as conquistas de Alex: Libertadores, Copa Mercosul, Copa do Brasil, Campeonato Turco, Supercopa da Turquia, Copa da Turquia, Campeonato Paranaense, Campeonato Brasileiro e Copa América só para citar algumas.

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A lista de títulos individuais é extensa e a história é tão longa que merece um livro.
O que faltou? Faltou um título de Copa do Mundo, diriam alguns. Eu penso que não é necessário [sem falar das injustiças do futebol, profissão que, como jornalismo, música, teatro, literatura, está repleta de injustiças]. Se Alex tivesse tido chance de disputar um Mundial poderia ter levado o Brasil mais uma vez ao topo.